domingo, 29 de dezembro de 2013
Adeus ano velho
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
O meu conto de Natal
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Eu voltei!
Você está naquele estado emocional de beatitude, alimentado pelos passeios e coisas bacanas que viu sentiu e comeu lá fora, é quase um estado de graça. Aquela coisa boa de viver de forma diferente, de leveza da alma....até chegar no aeroporto.
Fácil achar onde ir, é só ver a maior fila de todas. Brasileiros são um acontecimento em qualquer aeroporto que você esteja. É aquela turma barulhenta, bagunçada, colorida, que viaja com sogra, tia, primo sobrinho, de chinelo, entulhada de malas, seja em dólar ou euros. Sei que você está pensando: "eu não sou assim", que eu estou generalizando e estereotipando. Pois sim, eu estou! É isso que você vê em 80% das filas de Check-in quando a palavra Sao Paulo (sem acento mesmo) e Rio de Janeiro esta na telinha da companhia aérea. Você até tenta fingir que não tem nada a ver com isso, fala inglês na tua vez, dá uma esnobada, mas não tem jeito, alguem já puxa papo com você na fila, quer saber o que você fez, ver tuas fotos, rs!
Mas o problema não é esse, o problema não são os brasileiros, esse é o lado divertido de voltar pra casa. O problema é como a gente é tratado no minuto que o avião coloca suas rodinhas em solo brasileiro.
Nessa minha última volta foi assim:
Depois do pouso, ficamos cerca de 45 minutos parados na pista do aeroporto, esperando por uma colocação no finger (aqueles corredores que parecem umas minhocas por onde a gente entra e sai do avião). Os atendentes do voo pedindo desculpas pelo inconveniente de 15 em 15 minutos. E a gente ali, sem poder levantar, literalmente parados no meio das pistas de guarulhos.
Quando finalmente descemos, encaramos a fila da Policia Federal que dobrava várias vezes aquele labirinto de cordinhas que eles montam e a gente fica indo e voltando, indo e voltando. Pelas minhas contas, mais de 30 minutos nessa lenga lenga pra quem tem passaporte brasileiro, como os gringos tinham mais guichês disponíveis, devem ter levado "só" 20.
Capitulo seguinte: as malas. Quando cheguei na esteira pra pegar a minha malinha (uma só, rs!) estava uma zorra total. Metade das malas jogadas no chão, a esteira parada, cheia de malas, gente berrando, tudo espalhado, todo mundo tentando andar por cima das malas pra achar a sua, uma cena de filme americano tipo tragédia. Mas a minha tava lá, ufa!
E como eu sou do interior, ainda tinha que enfrentar tudo de novo, pra pegar meu voo pra casa. Check-in da Gol 2 minutos no totem, oba! Despachar a mala no drop off, termo novo que eles estão usando, 30 minutos de fila....
Bora rapidinho pro embarque que por mais que eu tenha deixado um intervalo de 2 horas e meia pra todo esse processo, o tempo tava ficando curto. Mais uma filinha de uns 20 minutos vergonhosos pro raio x e pronto, cheguei na rodoviária a tempo do meu embarque porque ele atrasou, obviamente. Digo rodoviária porque o portão 17, lá em embaixo, onde você pega seu ônibus pra ir pro avião, é bem isso. Apertada, cheia e bagunçada, com 4 vôos saindo ao mesmo tempo e gente perdida pra lá e pra cá. A tela marca um embarque pra Manaus e as funcionárias gritam outro, tipo Foz do Iguaçu.
Pra fechar com chave de ouro a minha epopeia, ficamos outros 50 minutos fechados dentro do avião, em terra, no meio da pista, esperando posição para decolar. De novo sem poder nem levantar pra ir no banheiro, pois o avião poderia se mover a qualquer momento. A única diferença entre essas paradas é que ninguém dá uma satisfação, ninguém fala com a gente nesse tempo todo. E assim foi!
Não estou preocupada com a Copa, estou preocupada comigo, com você, com todo brasileiro que paga seus impostos e uma sustanciosa taxa de embarque, pra ser tratado como lixo. Esse desrespeito é uma vergonha.
Chegar nos nossos aeroportos é um banho de água fria que gela a alma, irrita, e envergonha. Chegar nos aeroportos brasileiros nos faz lembrar de quanta coisa a gente precisa mudar.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Ah! Paris!
sábado, 7 de dezembro de 2013
Vôo solo
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
O som do coração
Arik Einstein era um cantor e compositor israelense que a gente acostumou chamar de "o Chico Buarque de lá" pra poder tentar dimensionar quem era pra turma das bandas de cá.
Mas, para mim, era mais do que isso. Ao lado do Shalom Chanoch, Arik foi responsável por muito mais que letras e músicas, Foi responsável por criar uma identidade judaica em toda uma geração que participava de movimentos juvenis judaicos nas décadas de 70, 80 e 90 em todo o Brasil.
Isso porque a gente, eu era um desses jovens, aprendeu a cultura e a língua hebraica através das músicas deles. Muito mais que só palavras, as suas letras embalavam nossos sonhos de conhecer Israel e sua gente. As histórias nos mostravam um pouco da maneira "sabra"- como são chamados os nascidos em israel, de ser. Cantar suas músicas era fazer parte de algo muito maior, era ter uma cultura, ser parte de um povo.
Era uma época mais romântica, sem os salamaleques eletrônicos de hoje e a gente se contentava com realmente poucas e boas coisas. Suas melodias foram pano de fundo de muitas noites em volta de diversas fogueiras onde quem tinha um violão era rei. Tempo bom de gente jovem reunida! A gente acampava muito e toda noite, antes do jantar, a gente aprendia duas músicas novas escritas em cartolinas coloridas: uma em hebraico e outra em português. E assim a gente ia formando uma coisa difícil de explicar, mas fácil de sentir. A gente ia se dando conta de todo um mundo diferente e aquilo ia entrando na veia de todos nós. Cantar músicas em hebraico era um elo muito poderoso. E era um prazer!
Tive a oportunidade de ir pra Israel e assistir a shows de muitos dos meus ídolos, foram emoções indescritíveis. Talvez por ter conhecidos todos eles aqui quando Israel era uma coisa tão distante pra mim, estar num show com esses cantores me parecia surreal. Só faltou o Arik, que depois de um acidente de carro na década de 80 era raramente visto em público. Hoje com os youtubes e itunes da vida, qualquer canto de qualquer canto do mundo está ao alcance dos dedos. Nos anos 80 não. Ter um disco, ter uma fita de um cantor israelense era quase como achar o pote de ouro no fim do arco-íris. Por isso a gente cultuava tanto essa oportunidade de conhecer e aprender tudo isso. Por isso era tão especial. A gente passava as músicas de um grupo para o outro mais novo, como se fossem jóias da família. Jóias da nossa família.
E agora, nossa herança ficou mais pobre.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Quem foi pra Portugal....parte II, a constatação!
Quem foi pra Portugal.....parte I, a familia!
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Picasso
A feirinha era também o grande programa de domingo de sol ou melhor, de não chuva. A gente ia sempre lá até os meus 10 anos. Sagrado. Ouvir o chorinho, comprar aqueles anéis e colares de florzinhas de miçangas coloridas, dar uma olhada na última moda em carteiras, cintos e sandálias de couro, ver os maravilhosos moveis de madeira laqueados e pintados com flores rosa pra por na casinha de bonecas, ver as esculturas de arame retorcido, pedir uma caricatura, namorar uma bonecas de pano, ouvir o sino de vento de pedras brasileiras da primeira barraca, ir no teatro de bonecos...coisas tão enraizadas na minha memória.
A Galeria Acaiaca, ali localizada, era um oásis de sombra, cadeiras e refrigerante para mim em minhas andanças pela freirinha na minha infância. E um dos principais motivos pra gente ir na feirinha pois o Sade, dono da galeria, espertamente marcava todas as vernissages importantes pros domingos de manhã. E todo mundo ia lá. Foi na Acaiaca que tive o meu primeiro encontro com as artes e com a fanta laranja, servida por garçons de terno branco (um must na época) em copos baixos de whisky. Como a nossa família ia muito lá, eu me sentia em casa e o Sade nunca me chamou a atenção, nem mesmo quando a gente brincava de se esconder, corria pelos salões, entrava na reserva técnica enquanto meus pais conversavam horas com os amigos. Eu me sentia meio dona do lugar. E nessa brincadeira toda, conheci o Poty, o Calderari, o Fernando Velloso,o De Bona, o Erico da Silva e todo mundo que era alguém no mundo das artes paranaense. Me lembro muito desse espaço, de brincar que eram meus os quadros ali pendurados, ajudar meus pais na escolha de alguns deles, ficar olhando as pessoas na feirinha pelos imensos (pra mim) janelões de vidro, ficar tentando descobrir o que eram aquelas bolinhas coloridas do lado dos quadros, das risadas, do cheiro de cigarro e whisky, do colorido, da estranheza de algumas peças, de sentar em esculturas. Não poderia ter uma iniciação artística mais divertida.
Também foi na Acaiaca que ganhei o meu primeiro quadro que está orgulhosamente pendurado na parede da minha casa, isso com 6 anos. Contava assim a lenda a minha mãe. Na saída da galeria, meus pais me pegaram com o tal quadrinho na mão e foram devolver pro Sade achando que eu tinha pego o dito cujo. Ai o Sade explicou: " É dela, ela ganhou daquela senhora que ficou encantada com a pequena parada na frente do quadro dizendo, não é um Picasso!"
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
O amor está no ar
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Gente de peso
Primeiro porque atribui valor positivo ao peso, ultimamente tão condenado, castigado, depredado. Gente de peso é gente de valor, gente com lastro!
Tive a felicidade de conhecer muita gente de peso, aquelas que a gente admira pela história de vida.
Não tem nada a ver com pessoas, artistas em geral, de quem a gente ama a obra. Pessoas de peso são de outra categoria, a gente gosta da pessoa, da sua integridade, sua postura de vida.
Gente de peso impõe respeito. Não importa o tamanho delas, a gente sempre vai olhar de baixo para cima. Eles tem grandeza.
E nem sempre a história delas é feita de grandes atos. Conheci muita gente de peso muito simples, que impressionam pela beleza de suas histórias. Gente que transborda integridade.
Num pais como o nosso, essas pessoas são exaltadas. Infelizmente, as qualidades naturais das pessoas de peso hoje são cada vez mais raras, mais desacreditas, mais ridicularizadas. Valores, respeito, sinceridade? Coisa de gente trouxa!. Quando descobrimos uma dessas pessoas, muitas vezes ela vira notícia de jornal. É o gari que acha dinheiro no lixo e devolve, o pai que paga a quantia roubada pelo filho inconsequente, pessoas que fazem o que acham certo e honrado.
Ficar perto dessas pessoas de peso é reconfortante, faz a gente acreditar numa série de coisas positivas que parecem que não existem mais. Faz a gente se sentir orgulhoso por simplesmente conhecer essas pessoas. Faz a gente querer ser um pouco como elas.
Gente de peso. Felizmente tive muitos exemplos desses perto de mim, gente que sem saber, me marcou profundamente simplesmente por serem pessoas que se importavam em fazer as coisas de maneira certa, digna. Dignificavam seus trabalhos, eram gentis com as pessoas, eram justos nas suas decisões, eram sábios em seus conselhos.
Gente de peso, não emagreçam nunca!
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
And the Oscar goes to....
E gosto de quase todos os gêneros. Tirando aqueles filmes que mostram mais tripas que história, você pode me chamar para assistir qualquer coisa, em qualquer hora. Eu topo! E sessão dupla num sábado chuvoso quando a família toda viajou??? Se der tempo prolongo pra tripla!
Cinema tem a ver com sonho, acho que é isso que eu adoro. É meio mágico você entrar num outro mundo e ficar absorvida por uma história, uma imagem, um personagem. São realidades diferentes que se descortinam pra você naquele tamanhão, com sorround sound, imbatível!
Além disso, dar risada, chorar, se assustar, apertar as mãos, fechar os olhos, tudo isso no mais perfeito anonimato, pra mim é perfeito. Principalmente porque no quesito chorar, sou a campeã. Às vezes saio antes de acenderem as luzes de tanta vergonha da minha cara inchada e pras pessoas não descobrirem quem é que tava soluçando daquele jeito! Chorei duas horas seguidas depois de assistir Cidade de Deus, não conseguia parar. A cena do menininho tendo que atirar no outro acabou comigo, recém mãe que era naquela época. No Clube da Felicidade e da Sorte bati o recorde, comecei a chorar nos créditos antes do filme começar, tudo por culpa de uma citação...
Eu gosto de tudo relacionado ao cinema, gosto de ler sobre os atores, abro o IMDb (Internet Movie Database) todo dia pra saber de algo, vejo o Oscar, faço listas, todo o pacote. E depois que eu já vi o filme no cinema, posso assistir mais mil vezes na TV (só depois), não me canso nunca. Como é que a gente pode enjoar da cena da Meryl Streep dando a mão pro Robert Redford no avião quando eles sobrevoam as pradarias de Out of Africa???? Como a gente pode enjoar do Robert Redford????
Tem filmes que marcam a vida da gente de uma maneira profunda, casam com o que você está vivendo em determinada época da sua vida. Ou te emocionam demais simplesmente pela beleza, só isso. Filmes marcam épocas, rompem barreiras, provocam, mostram realidades que as vezes o mundo tenta esconder, podem ser socos no estômago. As vezes podem encher, podem até irritar. Podem ser completamente ridículos, escrachados, e muito mal feitos. Mas os filmes podem também aliviar, confortar, divertir, deslumbrar, curar. Uma dose de Gene Kelly ou Fred Astaire é melhor que aspirina, pelo menos mais belo, pra mim funciona contra quase todos os males.
É ficção, é drama, é comédia, é terror, é nacional, é documentário, é aventura, é pura imaginação. Kitch, Cult, o que for. Pode ser normal, 3D, o delicioso Imax, ou a maravilha do Open Air que eu fui ontem. Pra mim quanto maior a tele melhor, mais eu entro nesse mundo. O que importa mesmo é deixar a vida mais rica, mais colorida, mais emocionante. And the Oscar goes to....
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
A perda dos ídolos
Minha geração está quase órfã. Thank god pela vitalidade dos Rolling Stones!!!!!
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
O futuro é logo ali
Caro amigo, você e um dinossauro. E nāo é sua culpa, a culpa é toda da tecnologia. Enquanto a gente se vangloria por dominar essa interface plana de telas e teclados, o mundo digital dá passos largos em uma direção completamente nova. As novas máquinas vāo precisar cada vez menos de comandos, elas vāo saber o que a gente precisa com um minimo de intervenção. Um olhar, é o que vai bastar pro seu óculos abrir hyperlinks em realidades virtuais de altíssima qualidade. Aquele filme que pra você é ficção cientifica, é teste de mestrado pra essa molecada que está construindo um mundo completamente novo pra ser explorador em nossos smartphones e tablets.
Tudo é novo, interligado, tudo vai fluir sem esforço, sonho!
O mais legal é que essa mudança já está nos laboratórios, nas incubadoras, nas startups. A gente nāo vai ter que esperar muito. Nossos filhos então, serão naturalmente envolvidos por essa nova realidade. Fui conhecer um desses projetos, saí de lá empolgada. São possibilidades infinitas. O bom uso dessa novas tecnologias vai além das nossas mais vãs filosofias. As aplicações dessa novas realidades são imensas: cirurgias, gestão pública, mobilidade, cultura, entretenimento, tudo hiperreal.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
A nova Curitiba
E a cidade está cada vez mais dinâmica, muda muito, muda a cada dia. Se por um lado estamos crescendo assustadoramente (se eu pudesse, proibiria a cidade de crescer mais), por outro lado esse crescimento também abre muitas novas possibilidades .
A cidade recebeu novos gostos, novo sabores, novas idéias. Eu vou deixar tudo que eu não gosto nessa história de ser grande pra lá porque a vida é bela e tem muita coisa boa acontecendo por ai.
Dia desses contei vários super eventos acontecendo na cidade, todos ao ar livre, todos bem diferentes. Tinha feira gastronômica, tinha um evento musical, tinha evento pra bikers e aficionados, tinha arte, tinha gente na rua, alegria, animação.Tiro o meu chapéu para esses produtores culturais que enfrentam esse nosso clima tão esquizofrênico e apostam na rua. Essa ocupação gigante de rua, parques e praças é coisa nova. Claro que sempre existiu evento de rua na cidade, mas não nessas proporções. Carnaval? Réveillon? Pra gente entrar num bloco precisava viajar pra Recife e Salvador. Agora é só pegar o Interbairros e descer no Largo da Ordem. Só tenho pena que a violência urbana seja tão grande nesse país que faz com que as pessoas vivam com medo da rua e deixem de expor seus filhos a esse mundo tão colorido e espontâneo.
Outra coisa que adoro é a criação de vários novos pólos de animação na cidade. Eu moro e sempre morei no Cabral e adjacências e aqui a vida noturna era menos que zero. Dois ou três restaurantes no máximo reinaram na paisagem durante décadas. Agora a região está super agitada, os restaurantes e bares parecem que brotam da calçada. E vejo que isso acontece em várias outras regiões. É a democratização da cidade de verdade. Ninguém precisa sair do seu bairro pra se divertir. E adoraria que num futuro próximo, essa proximidade fizesse as pessoas saírem mais à pé, mesmo de noite, como nas cidades civilizadas do planeta. Já pensou? As pessoas indo de um bar a outro pela rua, as lojas abertas até mais tarde, aproveitando esse embalo. Ia ser demais, ia ser perfeito!
Perfeito como a variedade de nacionalidades que estão fincando sua bandeira gastronômica por aqui. Não precisamos mais ir a São Paulo pra comer um indiano, um tailandês (é meu amigo, até uma década atrás, as coisas eram beeeem diferentes). O mundo chegou aqui. Sabores novos, finalmente saímos do trivial, França e Itália, não é uma marravilha? E com isso, nossos restaurantes mais tradicionais também estão se aperfeiçoando, ousando mais. Descobrimos novas frutas que agora são obrigatórias no Mercado Municipal. Você pode comer quase de tudo nessa cidade, quase de tudo, ainda há espaço pra África e Oceania!
Então, caros amigos, mesmo de carro, dá pra aproveitar muito essa nova cidade que está florescendo. E só depende de nós transformar esse crescimento em melhoria. Cuide da sua cidade, viva a sua cidade!
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Almoço de mulheres, está servido?
Nunca é sério, nunca é de trabalho, almoço de mulheres é outro departamento.
É pra aliviar o dia, é pra falar bobagem, é pra dar risada.
Num almoço de mulheres, ninguém vai salvar o mundo, ninguém vai discutir economia, nem a paz no oriente médio, nem política (nem mortas!).
Almoço de mulheres serve pra falar de novela, pra rir da última do filho, pra discutir a roupa da colega, pra saber do último lançamento de perfume, pra falar de viagens, de moda e obviamente, de dietas!
Aliás, tem que comer pouquinho. Não dá pra cair matando na feijoada, isso é pra machos! Saladinha e peixinho! De preferência, tem que deixar a sobremesa pela metade. Mas dá pra ter caipirinha!
Almoço de mulher não tem hora pra acabar e geralmente invade os compromissos profissionais da tarde. Mas é dai? Quem tá preocupado?
Almoço de mulher é cacofonia, todo mundo fala junto. Dependendo do número de participantes, tem dez assuntos na roda ao mesmo tempo. E barulhento, é alto, incomoda a mesa do vizinho.
Você está pensando (aposto): nossa que futilidade! E eu respondo: Amém!!!!
Ainda bem que a gente pode se permitir ser leve e simplesmente rir. Almoço de mulher é pra ser feliz! Não tem espaço pra coisa pesada. No máximo a gente se solidariza quando alguma das participantes está passando por algum problema. Mas dai, o almoço de mulheres é um remédio, ela está ali, naquele momento, pra esquecer de tudo e simplesmente rir da palhaçada que a amiga conta. É terapêutico.
Almoço de mulher modernas como nós também é agenda cultural onde a gente fica sabendo das dicas de cinema, os livros que estamos lendo. É meio terapia, (os teus filhos faziam isso?) meio aula de culinária (sempre rola uma receitinha), meio consulta médica (remédios e novidades estéticas estão sempre no cardápio). E tem fofoca sim, assumo senão, qual seria a graça? Mas é fofoca leve, o cabelo esquisito da fulana, a roupa da ciclana, no máximo um comentário sobre um casal novo que apareceu na cidade (você não sabia?). Não tem maldade, não prejudica ninguém.
Almoço de mulher é diversão, é do bem! Se você não concorda, provavelmente é porque almoça sempre sozinha!
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Panela de pressão
Todo ano, quando outubro chega, sinto essa pressão: o ano vai acabar. É uma sensação terrível.
De repente, todas aquelas coisas que você vinha adiando, adiando e adiando desde o começo do ano parecem que ganham uma urgência tremenda. Tá certo que se são coisas que não foram feitas até agora, não são prioridades nem serviços vitais, mas de repente elas ganham um poder enorme de nos transformar em uns relaxados incompetentes. Afinal, como você ainda não trocou o zíper daquele vestido que estragou no verão!!!!! Como você ainda não transferiu seus VHS em DVD??? Pressão!
Fora isso, começa a pressão do fim de ano em si e tudo que ele representa. As festinhas de final de ano, os amigos secretos, os presentes de natal! Sinto um frio na espinha só de pensar em fazer essa lista. Haja agenda pra acomodar todas essas despedidas de fim de ano sendo que ninguém vai pra lugar nenhum de verdade. Muita pressão!
E tem aquela coisa horrível que é montar o calendário das crianças do ano que vem; Fazer aquele malabarismo pra poder encaixar o inglês, o tênis, a natação, o futebol, e todas as esquisitices que seu filho vai querer fazer. Isso sem contar nas aulas que ele pode vir a precisar....Leva um às 14:00h, pega outro as 14:30h, leva pra próxima aula às 15:00h. Pressão mega!
Agora o pior, sem dúvida, é a pressão do que fazer no Réveillon. Essa obrigação de comemoração causa estragos enormes. Você tem que programar algo pro dia 31, você tem que festejar o ano novo mesmo sabendo que é só um número que vai mudar no calendário. O mundo vai ficar igualzinho.
É um tal de achar roupa branca, calcinha e cuecas novas pra família toda, pressão! É um tal de achar uma festa, ou pior organizar uma. Uvas, lentilhas, champagne. Pressão! É um tal de tentar achar um lugar no planeta que tenha lugar e não custe todas as tuas economias. Pressão! Que não te faça passar pelo estresse dos aeroportos superlotados nem pelas estradas engarrafadas e com enormes congestionamentos. Pressão! E tem que ser uma praia maravilhosa e vazia, quase particular, pra pular as ondinhas e ver os fogos de artifícios. Ah! tem que comprar os fogos de artifícios. Pressão!
E tem que fazer tudo isso até o fim do ano, que tá logo ali na esquina. A gente pisca é já é dezembro!
Ainda bem que tem as férias depois desse estresse todo! Alias tem que começar a organizar as férias... mais pressão!
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Eu Facebooko é você?
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
A praia é aqui!
Cresci numa cidade sem bermuda e sem regata. Ninguém tinha isso no armário até meados dos anos 80. Essas roupas a gente só usava em Caiobá (e no outro lado do ferry em Guaratuba) e elas ficavam no armário da praia, nunca "subiam".
Nenhum prédio tinha sacada, as janelas eram mínimas. Fachadas fechadas, a parte cega dos edifícios voltadas pra rua, o prédio de lado no terreno. Varanda só nas casas polacas, lindas com seus lambrequins.
E ninguém sabia pra que serviam essas coisas numa cidade como a nossa.
Hoje mudou tudo. Uma volta no verão (sim, tem que ter a sorte de achá-lo) e a cidade se mostra hoje muito diferente. Descobrimos que os curitibanos tem pernas e braços e pescoços e decotes! As ruas de umas décadas pra cá foram tomadas por bermudas, mini saias, tops e credo, havaianas!
Os curitibanos aprenderam a sair de casa. Um dia de sol e a Pracinha do Gaúcho vira praia, tem ginástica nos parques, as ciclovias ficam cheias. tem maratona, corridas temáticas, passeios ciclísticos, tem piquenique na grama. é lindo de ver!
Não abre um restaurante novo nessa cidade sem uma ampla varanda que é o lugar mais disputado da casa. Mesinhas tomam conta das nossas calçadas com a maior naturalidade, como se tivessem brotado ali.
E tem muito evento, feirinha, quermesse, tudo do lado de fora, tomando as ruas, jardinetes, praças. A fila da Vinada Cultural, no Passeio Público era inacreditável, mais de 5000 pessoas se juntaram pra comer cachorro quente ao sol!
Com certeza viramos gente mais simpática, mais solar. Com certeza estamos descobrindo novas possibilidades de viver na capital mais fria do Brasil. Com certeza nossos filhos já não se sentirão seres de outro planeta nas férias no Rio de Janeiro. Com certeza tudo isso aproxima mais as pessoas, deixa tudo mais alegre, cria uma identidade coletiva, tão importante pra gente se sentir em casa! Bora pra rua, na paz, curtir a cidade!
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Saindo do ninho
Meu filho estudou a vida toda numa escola só. Meu filho estudou a vida inteira numa escola pequiititica. Meu filho estudou a vida inteira na mesma turma e o máximo de alunos que ela teve foram 13 alunos. A maioria dos colegas dele está lá desde o maternal junto com ele. É a mesma escola onde meu pai estudou, onde eu estudei. É praticamente uma extensão da família, de casa, de verdade. Todo mundo (um mundo de 150 alunos) se conhece, todos os pais se conhecem, todo mundo é primo, rs! Muitas vezes as amizades lá já estão na terceira geração, os avós eram amigos, os pais eram amigos, e agora os netos são amigos. É um ambiente muito, muito confortável e seguro. Os amigos que a gente faz dentro desse ambiente é pra vida toda!
E de repente, o mundo! o novo colégio dele terá 60 alunos na turma. O novo colégio dele tem 1000 alunos. O novo colégio dele, na verdade, para ele, é uma grande balada! Isso me assusta!
Tirando a parte pedagógica da história, toda essa nova estrutura é realmente amedrontadora. Eu passei por isso, quando sai da escola e fui pro "científico", foi um choque. Nossa turma de 9 foi colocada um em cada turma (pois é, tinha nove turmas de 1o. ano). No recreio a gente se juntava em dois segundos, aflitos por rostos conhecidos. É claro que novas amizades foram feitas e tudo deu certo, mas que era reconfortante ver aquelas pessoas que sabiam exatamente o que você estava sentindo, isso era.
Hoje é diferente, ele está achando o máximo, tanto amigo novo pra fazer! Na verdade, ele já conhece virtualmente um monte de gente pelo instagram e facebook. Os amigos dos amigos dos amigos. Tá em casa!
Fico um pouco aliviada com isso pois ele já chega com muitos mais caras conhecidas do que quando eu cheguei. A tensão é beeeeem menor, ele já chega mais seguro.
Por outro lado, a minha preocupação é que ele saiba diferenciar essa nova cambada que vai invadir a vida dele e saiba separar o joio do trigo. Eu não vou poder protegê-lo, eu não conheço os pais dessas pessoas, eu provavelmente nunca vou nem entrar nessa escola (a não ser que seja chamada pela diretoria, ai ai ai).
Aos 14 anos, eu não tinha tantos conhecidos, eu tinha amigos. Conhecidos eram os filhos das amigas da minha mãe que a gente tinha que encarar num aniversário de vez em nunca. Essa geração tem muitos conhecidos. Eu quero que ele tenha muitos amigos. Na verdade sei que vai dar tudo super certo, o Ben é a pessoa mais sociável que eu conheço, vai tirar de letra. Só espero que essa balada seja uma aventura feliz e saudável. Só espero que essas pessoas sejam bacanas e do bem. E de quebra, se der tempo, que ele lembre de estudar um pouquinho!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Gentileza gera gentileza
Corta, estou no carro, pisca ligado, esperando um rapaz entrar no seu carro para que eu possa estacionar na vaga dele. Ele me olha, vem e bate no meu vidro: "Acabei de preencher esse cartão do EstaR, só fiquei 5 minutos, você quer?" Uma vaga que já vem com cartão, uau!
Isso me fez tão bem! Não por ganhar a vaga ou ficar meia hora a menos numa fila. Fiquei feliz pois esses dois completos estranhos me fizeram acreditar que o bem ainda anda por ai, ainda se espalha em pequenas gentilezas, ainda não fez as malas e se mudou definitivamente para o Canadá. Num país onde tudo anda tão negativo, essas doses homeopáticas de bondade me fizeram um bem danado.
Eu sou super partidária do bem, sempre acho que ele vai ganhar no final. Não sou daquelas pessoas que acham que as coisas conspiram para o mal. Nunca achei que vento desse dor de ouvido, que correr com algo na boca é perigoso porque pode cair e quebrar um dente. Nunca vejo o lado negativo das coisas. Mas ultimamente estava meio difícil ser assim. Principalmente porque estava difícil de ver o lado bom das pessoas. Muito crime, muito pouco valor à vida, muito descaso ao meu redor....
Daí aparecem essas dois como que pra me lembrar:"ei, não desista!" Fazem a gente querer sair por ai retribuindo, ajudando os outros também. É contagioso. Faz a gente lembrar do que é feita (ou do que eu acredito que deveria ser feita) a humanidade.
Se a gente fizesse uma coisa legal por dia, umazinha só, assim gratuita, pra qualquer pessoa, não seria o máximo? Acho que o bem tem esse poder de fazer uma energia boa circular. Você se sente bem, simples assim. Principalmente porque essas pequenas gentilezas sempre geram sorrisos. Quando a bondade te aparece, você sorri e agradece. Quando você ajuda alguém, sorri satisfeito. Pronto, o mundo já fica instantaneamente melhor.
domingo, 29 de setembro de 2013
Segredos da cidade
Ultimamente, nos finals de semana, tenho ido um pouco além. As caminhadas estão aumentando. Adoro sair por aí e andar 10, 12 quilometros. Esses dias cheguei a 15. Cruzei a cidade, literalmente, do Cabral até o Pequeno Cotolengo. Andei a Sete de Setembro inteirinha.
Não tem jeito melhor de conhecer a cidade. Voce vê cada cantinho, o jasmim em flor da casa da esquina, uma escultura na casa do lado, o gatinho na janela. A fachada descascada, o prédio novo. Um graffiti lindo, a pichação criminosa. Se você andar por uma rua no sentido contrário ao que anda de carro então, descobre uma rua nova. Muda toda a perspectiva, você descobre uma arquitetura que nunca tinha reparado, a casinha antiga super conservada, os últimos lambrequins.
Além dessa coisa física, voce descobre a alma da cidade também. Descobre a velhinha que tem 50 gatos. Descobre o senhor cuidando da roseira. Descobre as mães levando seus filhos pra escola de carro, de bicicleta ou esperando a lotação. Descobre quem faz exercício com você, quem caminha, quem corre. Descobre as amigas que andam juntas, descobre o pai ensinando a filha a andar de bicicleta. Quem tá apressado pra ir trabalhar, quem tá só de bobeira, passeando. Vê familias inteiras no parque, vê gente sozinha. O passeio do cachorro, quem dá pão pros passarinhos. Quem comprimenta, quem passa directo. Quem ta consertando a casa, quem tá lavando a calçada. Quem tá verdendo docinho, vassouras, pano de prato de casa em casa.
Andar po aí é uma delicia, uma aventura, você se sente um explorador que descobre pequenos segredos. É como se só você conhecesse essa cidade, como se todos esses detalhes fossem só seus. Large o carro, se perca por aí, você vai achar um mundo novo nessa cidade que vocē pensa conhecer tão bem!
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Som na caixa!
Não vivo sem música, meu sonho sempre foi ter trilha sonora o tempo todo, como nos filmes, a vida passando e um som apropriado para aquele momento tocando em auto falantes mágicos.
Quando era (bem) mais jovem ficava horas no meu quarto ouvindo música, pensando na vida. Adorava copiar as letras das que eu mais gostava em cadernos que tenho até hoje. Comprava aquelas revistinhas de música cifrada e copiava, copiava até cansar a mão.
O primeiro dinheirinho que sobrava a gente corria pra Savarin, pras Lojas Americanas, pro Rei do Disco atrás das novidades. Aquele "folhear" de LP nos balcões dessas lojas era uma delícia, as capas passando uma a uma. Depois veio a fase de gravar fitas (cassete, pra quem não sabe). Escolher as músicas, sincronizar o apertar das teclas play e rec com o descer da agulha no aparelho de som não era para iniciantes. Tinha que ter técnica, ir abaixando o som, fazendo o fade out. Mágico!
Fazia tudo com música, para desespero da minha mãe. Lia, estudava, tomava banho, sempre com o som rolando. Só morria de preguiça de levantar pra mudar o lado do disco ou da fita. Tinha trilha sonora pra tudo, até pra se acabar de chorar quando levava um fora, só ouvindo música dor de cotovelo.
Um dos presentes que mais amei e usei na vida foi o meu Walkman. Veio direto do Japão, um Sony que tinha o tamanho da fita, lindo, todo prata fosco. Como naquela época a gente tinha a liberdade de fazer tudo a pé, foi o meu grande companheiro durante anos. Não me separava dele, mas só dava pra ouvir uma fita por vez....caprichava na escolha, uma de 90 minutos, bem variada, no máximo levava mais uma na mochila.
A gente tinha que ter espaço em casa pros discos e pras fitas. Quando tive o meu primeiro apartamento na vida, era uma preocupação de verdade. Medimos a nossa pilha de discos, projetamos um móvel pra acomodar tudo aquilo, deixamos um espaço reservado pros discos que viriam. Toda casa dos anos 90 tinha que ter um armário especialmente projetado pra cds.
Dai veio o tal do Steve Jobs e colocou na minha mão, todas as músicas que eu quisesse.
Meu primeiro Ipod, o classic de 8 GB ainda tá vivo. Bem doentinho, problemas de bateria, chiados, apagões, não sei como vou me separar dele um dia. Já tenho alguns descendentes dele pela casa, mas ele é especial. Tem toda a minha vida musical dentro dele, todos os meus gostos. Quando ele chegou, eu coloquei cada uma das 8 mil músicas que ele tem. Alimentei ele com vários cds, alguns emules e bit torrents, confesso, mas a maioria das músicas foi colocada ali manualmente, foi escolhida, pensada. tem um porque.
Ter toda a sua biblioteca musical da vida, na mão, é uma coisa que só quem nasceu no século passado pode apreciar com o devido respeito. Você leva pro carro, leva pra viagem, pro trabalho, pro banheiro (sim eu continuo tomando banho com música) é demais! E tá tudo alí, naquele trocinho!
Pena que o Steve morreu sem que eu pudesse agradecer pessoalmente pela alegria que ele me proporcionou. Mais pena ainda porque ele seria o único capaz de resolver a questão dos auto falantes mágicos da minha trilha sonora!
domingo, 22 de setembro de 2013
Choque de gerações
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Amizades instantâneas
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Casamento de viúva, casamento de espanhol
Acho que sou movida a sol. Meu humor muda muito com as mudanças climáticas. Um dia cinza me tira todo o ânimo. Essa situação é perfeita para quem mora numa cidade climaticamente quadripolar como Curitiba, não é? O nosso tempo altamente variável deixa todo mundo meio esquizofrênico. Vamos do céu ao inferno em poucos graus, é desgastante, uma montanha russa de humores que só quem tem estofo e um sangue ítalo-germano-polaco-judaico-japonês-arábico aguenta.
Mas que o sol deixa todo mundo de melhor humor, é incontestável. Vejo isso quando vou trabalhar, a gente já chega no escritório com outra energia, todo mundo se cumprimenta, as risadas são ouvidas nos corredores. Todo mundo é mais simpático. O conversa é animada, a criatividade fica a mil.
Ai vira, fecha o tempo. Fechamos a cara também, é automático. Tá certo que fica todo mundo um pouco mais concentrado, não tem nada de bonito pra ver lá fora, não estamos pensando em achar um restaurante com varanda pra almoçar e aproveitar. O trabalho nos destrai. A gente se concentra e tira o atraso de todas aquelas coisas chatas que estão se acumulando na mesa, todo o trabalho burocrático é resolvido nesses dias.
Chuva com frio então, é um estado de espírito específico. Muito desagradável, por sinal. Ninguém gosta de chuva e frio. Chuva com sol, vá lá, a gente consegue resolver. Chuva faz bem pras plantinhas e tal, mas com o frio, danem-se as plantinhas, a agricultura, o planeta, só não me peça pra sair de baixo das cobertas.
Aposto que tudo de pior no mundo foi pensado num dia frio com chuva. Se alguém fizer uma pesquisa vai acabar descobrindo uma relação entre chuva e frio e declarações de guerra. Entre grandes fraudes bancárias, reuniões de corruptos. Duvido que alguém consiga pensar em fazer qualquer coisa de ruim a outro ser humano num dia maravilhoso de sol. Eu jamais conseguiria. Sair da caminhada, da bicicleta, sair da praia, do parque, pra sacanear alguém deliberadamente ? Difícil....
Sei que tem gente que pensa exatamente ao contrário, que são movidos ao frio, que detestam o calor, passam mal. São provavelmente seres pecilo térmicos que ainda não completaram a sua evolução para o raça humana, não podemos culpá-los. Sei que o suor, a lombeira também podem ser desagradáveis, mas convenhamos, a evolução dos ares condicionados existe para acabar com esses detalhes. No frio, aquele que dá nos ossos, não tem aquecedor que resolva. E volto a insistir, o humor da rapaziada em geral, num dia frio é visivelmente mais complicado.
Mas se você mora em lugares civilizados climaticamente, onde o verão é verão, onde o inverno é inverno, e eles ocorrem dentro dos três meses que lhe são de direito, não deve ter muitos problemas. Sempre existe a saída no aeroporto mais próximo para anular a estação que lhe desagrada.
Para os curitibanos, só nos resta a batalha diária de acertar o modelito e torcer para que a sua estação preferida domine algumas das 24 horas diárias.
Falando nisso, olha o sol querendo sair! Viva!
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Delicadezas
Na prática o Pinterest é um gigantesco mural onde você pode "pinar" (marcar) as coisas interessantes que você vê por lá. Lembra aqueles antigos quadros de cortiça, cheio de tachinhas (os pins em inglês) e recortes, pois é, o Pinterest é a versão digital dessa coletânea de assuntos, desse caos de ideias, que a gente não quer perder de vista.
São diversos segmentos, de citações a engenhocas, maquiagem e presentes, viagens e moda, design e arquitetura.
Daí você passeia pelas páginas e vai marcando o que gosta. Você pode montar seus próprios murais temáticos e pode ver o que as pessoas estão marcando e seguir os amigos. Enfim, mais uma rede social.
Mas o que eu mais gosto no Pinterest é o enorme ramo de artesanato, festas e coisas afins. É um mundo de sonho. Tudo é tão lindo, caprichado, bem sacado, poético, sensacional!
É o mundo da delicadeza. Um lugar onde as pessoas tem tempo de fazer tudo com muito detalhe, muitas delas à mão (o famoso DIY ou do it yourself), tudo nas cores mais lindas, com simplicidade e genialidade. É um encanto.
Por isso queria me mudar pra lá. Nesse lugar onde as pessoas tem tempo de fazer (e cozinhar, obviamente) jantares lindos, mesas incrivelmente decoradas com marcadores de lugar, enfeites maravilhosos.
Lá, as crianças tem os melhores brinquedos, nada industrializado. Os quartos são cheios de detalhes, cabanas, cores. Lá, elas brincam em casas nas árvores que foram feitas pelos pais, em castelos de papelão, naves espaciais.
Lá, ninguém mora em apartamentos minúsculos, são casas com cantos para qualquer desejos, infinitas soluções pra o que você pensar. Estantes recheadas de livros, painéis alucinantes pra fotos de gente feliz. Os jardins tem redes, piscinas lindas e longas cadeiras ao sol. À noite, tem lugar pra fogueira e marshmellow. Nas cozinhas mais fantásticas, só receitas saudáveis e lindas.
Lá também as pessoas são melhores, escolhem um monte de citações que enaltecem qualidades, amizades, virtudes. Tudo na mais delicada caligrafia.
Um refresco para esse nosso mundo cão. Pode até parecer meio chato, todo perfeitinho, mas ás vezes é um bálsamo se refugiar nesse mundo. Tem muita coisa genial e fácil de se trazer pro mundo real. Aliás, é tudo real. isso é o que me encanta. É como todo mundo poderia viver. É um mundo que existe.
Pinterest devia ser ensinado na escola!
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Santa ignorância
Nao dá mais pra ver o dinheiro público indo pelo ralo, o Congresso e o Senado empurrando com a barriga questões básicas de civilidade, seriedade, transparênca. A saúde então, que tristeza. Às vezes nem dá pra acreditar. É isso mesmo? A entidade condenada por desvio de verbas ainda assina convênio com o Ministério? Gente, na vida real, se você me sacaneia eu te tiro da minha lista, simples assim! Novo julgamento pros mensaleiros condenados, sério? Que horror!
Acho que vou me alienar. Desistir de assistir e ler s jornais, parar de saber dessa negatividade toda. Pra mim chega! E como jornalista, não é uma decisão fácil, mas necessária. Preciso alimentar meu espírito com coisas melhores. Vou sair do ar. O mundo com certeza ficará mais leve, como nas férias. É isso. Vou ficar duas semanas na santa ignorância!
Podem me criticar, dizer que isso não muda nada, só empurra as mazelas pra baixo do tapete. Ou, pior, que isso não é condizente com o momento atual, época de engajamento, indignação e manifestações. Tenho plena noção de tudo isso. Mas acho que preciso dessa desintoxicação. Preciso desse distanciamento pra poder voltar a me indignar sem sofrer, sem a angústia. Preciso de ar.
E quem sabe quando eu voltar o mundo me surpreenda. Poliana perde!
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Onde você estava em 11 de setembro?
Há 12 anos atrás, exatamente nesse horário estava petrificada em frente à tv assistindo à cena mais surreal que já vi na vida. Lembro da sensação de não conseguir acreditar no que via. De saber que não era mas querer acreditar que era tudo um filme muito bizarro. Lembro de não saber o que sentir, um vácuo enorme, um novo tipo de emoção me assombrou, não era medo, não era tristeza e até hoje não sei que nome dar ao sentimento amargo que me tomou vendo aquela fumaça saindo do World Trade Center, em NY.
Independente de tudo que representava para o mundo, aquele lugar era especial pra mim, particularmente. Era o lugar que eu sempre, sempre ia quando estava em NY. Adorava subir naqueles elevadores supersônicos que subiam em dezenas como se fossem unidades. Adorava o desenho dos pontos turísticos nas janelas, adorava sair no terraço e ver o mundo tão de cima. Aquela cidade tão frenética que ficava calma pelo tempo que se estava lá. Pequenos pontinhos se movendo pra todo lado. Até o vai e vem barulhento dos turistas (ao qual eu não me incluía, é óbvio) me alegrava. A fila, os funcionários, as bugigangas pra comprar. Sempre ia ao WTC, sempre. Adorava escrever ali. Ainda tenho os cadernos. Lá eu conseguia a calma para botar os pensamentos no lugar e escrever.
Ví o segundo avião, que dor! Parecia uma flechada em mim. E de repente, a poeira e o silêncio. Inacreditável.
Telefonemas para saber da minha irmã que mora lá. Ela estava a salvo junto com todos os amigos que conhecíamos. Um alivio imenso.
Fiquei dias grudada na tv, ficava vendo aquelas cenas dos escombros e pensava, pra onde estão levando o meu prédio? Pra onde estão levando a vida que ele representava?
O mundo nunca mais foi o mesmo. Ainda tenho a sensação que não saímos dos escombros daquele dia, ainda não conseguimos ser livres e felizes como eramos até então. Um pouco da nossa leveza se foi. Nasceu naquele dia a desconfiança sem limites, a porta fechada ao estranho, a descordialidade, a irracionalidade, o ódio sem medida.
Aquele espaço parece me chamar. Voltei a NY e fui ver a enorme cicatriz deixada por aquele dia. Aquele buraco gigantesco me hipnotizou, o grande vazio que ele representava. Voltei ainda mais uma vez para ver o que estava nascendo. Ví o início da chamada reconstrução. Tantas energias depositadas num só lugar, tantos sentimentos.
Espero voltar lá para ver que a vida voltou a florescer e que as pessoas podem finalmente respirar novamente, sem olhar desconfiadas por cima de seus ombros. Espero ver que o homem vai conseguir vencer o pior dos sentimentos e transformar a cicatriz em algo de bom. Vou marcar a viagem para logo, ainda dá tempo?
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Dança das cadeiras
Meu filho é coxa, meu marido atleticano. Mas não foi sempre assim.
Minha família é coxa, a do meu marido também, ele foi o primeiro a ser do contra nessa história. Culpa do pai dele que não gostava muito de futebol então não levava o piá boleiro no estádio. Sobrou pra um tio que era atleticano, pronto, nascia à dissidência.
Em casa a história não foi assim, meu marido continua boleiro, joga e principalmente assiste muito futebol. E, para o meu desespero, passa futebol o tempo todo na televisão, já repararam? Além dos sensacionais jogos do campeonato brasileiro, podemos torcer pelos jogos dos campeonatos espanhol, francês, alemão, romeno, do Cazaquistão e até do Mali. E quando acaba a bola em campo, ufa, a gente pode se deliciar com os sensacionais programas sobre o futebol. A invenção do século são 90 minutos em campo, mas uma eternidade nas bancadas dos bate-bolas televisivos. Tenho a impressão que aquela dupla da ESPN é virtual, tão lá toda a hora que você liga a TV. Como podem ficar tanto tempo sentados numa bancada falando de 22 caras que correm atrás de uma bola!
Mas vamos voltar ao meu Atletiba particular. O Ben nasceu atleticano, com roupinha de bebê do time e tudo (tá certo que nunca usou, pois a mãe aqui tem certo horror a essas coisas). Cresceu na Baixada, foi mascote, teve até cadeira, com nome no campo, tudo como manda o figurino. Essa paixão durou 10 anos.
No nosso caso, a culpa daviracasaquice foi uma conjunção de fatores. O time tava muito ruim, vamos admitir, não ganhava nem par ou ímpar. A turma tava bem desanimada pela casa. Ninguém queria ir ao campo, o Ben sofria muuuuuito a cada derrota. Enquanto isso na torcida adversária, só alegrias. O Coxa tava invicto a não sei quantas partidas, e para completar o quadro, quase todos os amigos da escola eram Coxa. Quando digo quase é porque tinha mais um atleticano na escola toda, unzinho! A pressão foi subindo, subindo até um dia que meu filho teve a coragem de chegar pro pai e dizer: pai, acho que quero mudar de time, você vai ficar muito triste?
Ficou, é claro, mas fazer o quê? Por um lado eu, que nem gosto de futebol, fico triste por eles não partilharem mais uma coisa tão presente na vida dos dois. Eles não podem ir ao estádio juntos, não podem curtir os títulos (tá, tô falando dos nacionais, quando eles acontecem, a cada década). Não usam a mesma camisa...
Por outro lado é bacana porque eles convivem numa boa. Aprenderam a torcer na paz. Podem tirar sarro, mas é com moderação. Ninguém pode se exaltar muito na ofensa ao time adversário, tem que ter respeito. Afinal não dá pra ficar xingando o pai por ai.