A chacrinha foi comprada em sociedade com o compadre Maurício. A comadre Clarissa deve ter ganho outras tantas promessas também. E assim nascia a saga da Fervida.
Era uma chacrinha pequeninha, cortada ao meio pela Estrada da Fervida. De um lado uma casa polaca e um riachinho sem vergonha. Do outro, um parreiral e a casa do caseiro. Do resto, pura diversão.
A primeira obra da chácara foi a churrasqueira: cinco tijolinhos aqui, outros seis ali, uma grelha e pronto. A mesa vinha da cozinha, bancos e banquinhos de palhinha sem encosto completavam a decoração.
A segunda obra, mais ambiciosa, foi fazer uma barragem pra gente ter um....como direi....ah, uma água pra gente chamar de lago. Bem depois, um deck. Aí começou a ficar chique.
Mas o que a chacrinha tinha de melhor era a farra. Começava sempre, impreterivelmente, com o mau humor das mães que tinham que providenciar tudo para o churrasco. Fora nós, os anfitriões, tia Regina, tio Moa, Tio Helio, Tia Clarinha, Tia Siomara e Tio Ronaldo eram os convidados quase fixos. Ai a coisa ficava boa, a gente juntava, no mínimo, 12 crianças!!!!!
Tinha uma banheira linda e um fogão à lenha na casa. Nunca vi ninguém usar nenhum dos dois. Aliás mal entrávamos na casa, tudo acontecia do lado de fora e o programa preferido era jogar conversa fora. Lembro com carinho da mesa dos adultos sempre rindo. Eram todos jovens, acredito que na casa dos 40 e 50. Às vezes, quando as mulheres iam lavar a louça, os pais até nos desafiavam pra uma partida de vôlei no campinho do outro lado da casa. Mas eles gostavam mesmo era de conversar e como nós, crianças, tínhamos programação independente, podiam ficar à toa a tarde toda.
E como a gente aprontava. Nosso cardápio era muito maior que as linguiças e a carnes. A gente se divertia muito. O programa preferido era ver o olho d'água do vizinho, de onde a água brotava quente, dai o nome da estradinha. Dalí, partíamos para o tradicionalíssimo Campeonato de Garrafa, quando cada um jogava uma garrafa no rio e ia acompanhando, com muita torcida, pra ver qual chegava antes no lago. Em dias quentes, banho gelado. Tinha até uma corda pra se balançar e se jogar na água gritando Jerônimo!!!!. Nos dias frios, expedições pelas matas e pelo parreiral que escondia o Chateau Lerner Brik nunca produzido. Tudo devidamente documentado pelo tio Maurício.
Hoje, segundo o André (filho do compadre) que esteve por aquelas bandas, está tudo bem mudado. Nós, as crianças, estamos nos nosso 40 e 50, mas sabemos que vivemos a melhor safra da Fervida.
Ilana: parabens pelo relato, parece que foi ontem!! Tem tambem a previsão do Jaime que seria construido o Fervida International Airport !!!!
ResponderExcluirDécio, pelo que soube, existe até hoje o projeto do aeroporto, mas ele foi abandonado porque a gente vendeu a chácara, rs!
ExcluirIlana: muito legal... realmente foram fins-de-semana muito especiais que passamos la. Priceless
ResponderExcluirQue bom que a gente ainda divide outros bons momentos até hoje!!!! beijo grande
ResponderExcluirnao vamos esquecer as brias...carne bem passada ou mal passada? os brik gostavam durinha, os lerner sangrando,,,,
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