Tá bom, tá bom, vamos
falar sobre a copa. Tecnicamente essa é a minha 12a. Copa do Mundo de Futebol.
Tirando a de 58 e a de 62, estava no planeta em quase todos os títulos do
Brasil. Mas só me lembro das Copas de 82 pra cá, e olhe lá!
A copa de 82 foi a mais
marcante de todas. Na minha lembrança, o país inteiro era um só, todo o mundo
muito confiante na melhor seleção do mundo que era a nossa. Como não ficar?
Tele Santana no comando e Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luisinho, Júnior,
Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico, Serginho, Éder, Paulo Sérgio, Carlos, Edevaldo,
Edinho, Juninho, Pedrinho, Batista, Paulo Isidoro, Dirceu, Renato e Roberto
dinamite. Ouro Puro!!!! Tá bom, o Valdir Peres
dava um certo medinho na gente, mas era um timaço. Com 13 anos, foi a minha
primeira Copa, a primeira vez que eu chamava meus amigos pra assistir aos jogos
juntos, decorar a casa, comprar camiseta, uau! Foi também o maior sofrimento,
morremos um pouco naquele dia fatídico e não posso ouvir o nome do Paolo Rossi
sem ter um arrepio na espinha.
Ai veio
86, outra vez o país inteiro se vestiu de verde amarelo, outro timaço, vários
hinos, emoção pura no ar. Acho que essa foi a seleção mais amada do país. A
esperança de vingar os craques de 82 estava no ar. Tudo de bom! Os jogos
começaram é era um jogo melhor que o ouro, a seleção ia melhorando a cada jogo.
Sensacional, com 17 anos, já podia comemorar na Batel, onde a cidade inteira ia
festar depois de cada vitória, festa espontânea, na rua, lindo de ver! Mas veio
a França, e... não posso nem falar sobre isso. Luto total!
Da copa
de 90 confesso, não me lembro de nada, absolutamente nada, nem onde ia, nem
quem jogava, nada, acho que o pais estava tão traumatizado que nem conseguiu se
envolver com a seleção do Lazaroni (santo Google).
E veio
94! Minha primeira Copa do Mundo já casada. Tínhamos um timaço de amigos
assistindo aos jogos juntos, mil mandingas e superstições, toso mundo senta no
mesmo lugar com a mesma camisa. O país estava pronto pra gostar de outra
seleção. E essa seleção tinha uma cara bem brasileira, com o Romário como
símbolo maior desse nosso jeito gaiato. Foi uma Copa boa de ver, com muita
emoção, jogos sofridos, alegria imensa nas vitórias. Final nos pênaltis, haja
coração! E quem poderia sonhar que a taça viria das mãos do temeroso Taffarel
que virou um gigante na defesa do pênalti. E teve a ajudinha do Baggio! Foi a
copa que mais curti!
A Copa de
98 deixou um gosto amargo na boca. Depois de idas e vindas, a gente finalmente
conseguiu gostar e confiar nessa seleção. Veio a final, todo mundo com o grito
na garganta, tudo pronto pra festa! Não dá nem pra descrever a sensação com o
que vimos naquele jogo. Até hoje é meio surreal a participação do escrete
canarinho naquele campo. Foi a Copa da desconfiança. A Copa das suspeitas. Foi
a Copa de cair na real e ver que alguma coisa de podre rondava o nobre reino da
FIFA.
Em 2002
eu vi muitos jogos enquanto amamentava a minha segunda filha nas madrugadas
geladas de Curitiba. Copa família, família Scolari. Felipão conseguiu fazer a
gente torcer de novo pra essa meninada. Foi quase um fazer as pazes com o
futebol. Voltar a acreditar na alegria.
É tetra! Quem mais no mundo??!!!
Por mais
que sejam mais recentes, as Copas de 2006 e 2010 se misturam muito na minha
memória, talvez por não ter acontecido nada marcante, nenhum grande craque,
nenhum grande jogo, nenhuma grande polêmica, elas passaram meio em branco.
Perdemos e pronto, lembrar-se do que?
Aí a copa
veio pra casa e o que seria a glória virou um pesadelo. A Copa trouxe de bom só
uma coisa, o despertar do cidadão brasileiro para o seu país real. Lindo de
ver!!! Ninguém jamais iria imaginar as manifestações de Fora Copa justamente no Brasil. E sem entrar em muita polêmica e já
que ela tá ai mesmo, esse despertar fez essa Copa ser especial.
A
sensação que eu tenho é que a gente nunca mais a gente vai se entregar de
amores por uma seleção. Nunca mais o país inteiro em verde amarelo. Já vimos
muito, sofremos muito, estamos escaldados. Mas claro que se o Brasil estiver lá
no Maracanã, na final, vou chorar e sofrer e torcer como nunca. É a Copa dos
meus filhos, quero que seja mágico pra eles. A pátria vai estar de chuteiras,
que venham os gols!
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