Não aguento mais ter que tomar partido, ser contra esse, a favor
daquele, viver em conflito. Principalmente porque acredito que a verdade está
sempre no meio do caminho. Vendo todos os lados da questão a razão geralmente
está a meio termo, e todos deveriam aprender a ceder.
Por isso me irrito muito com essa dicotomia obrigatória que alguns
governantes insistem em nos colocar em todas as questões do nosso país. Essa
tentativa de guerra civil, essa campanha da rivalidade, do ódio, do
enfrentamento constante. Não aguento mais voz alta, gritaria, dedos em riste,
donos da razão, incitamento.
Isso porque não sou esquerda, não sou direita, nem sou do centro. Não
sou governo, não sou oposição. Não sou classe A, nem B, nem C, nem média alta,
nem D, nem consigo classificar minha situação financeira atualmente. Não sou
burguesa, não sou favelada, não sou Dazelites, não sou povão. Não sou coxinha,
nem empadinha. Não sou ateia, não sou
religiosa. Não sou maioria, nem minoria. Não sou filiada, não sou alienada. Não
sou reacionária, não sou comunista, nem capitalista, não sou
socialista. Não sou golpista. Sou simplesmente alguém que não quer ser
rotulada, que não quer ser jogada contra grupos rivais, e principalmente, não
sou a inimiga.
Não penso sempre pelo mesmo prisma, mudo de ideia, discuto, reflito. Coexisto.
Hoje esse lado tem razão, no outro assunto não mais. Gosto das tuas ideias sobre
isso, discordo sobre aquilo. Algumas vezes a razão não está com ninguém.
Está mais do que na hora de pararem com essa segregação social e
intelectual. Isso não nos levará a um lugar melhor, não nos tirará da rua, não
nos aquietará o coração. O que a gente precisa é jogar junto, e torcer pela
união. A gente precisa agregar talentos para pensar em soluções que possam ser
o começo de um caminho que todos possam trilhar juntos. A gente tem que buscar o
caminho do meio. Todo mundo na mesma meta. Eu e você, PM e o professor, pais e filhos, deputado
e a galeria, empregado e patrão, motorista e ciclista, morro e asfalto, presidente
e a nação.
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