Que nossa
cidade é multi climática todo mundo já tá careca de saber. O que a gente tá
descobrindo é uma nova multiculturalidade, uma Curitiba cheia de novos ângulos,
novas caras, novos jeitos.
Embora os
tradicionalistas insistam naquela versão antiga, fria e antipática da cidade e
sua gente, eu acho que Curitiba esta cada dia diferente e cada dia mais
interessante.
Vejamos o
caso da calçada. Até 10, 15 anos atrás, ninguém dava a mínima pra calçada. Hoje
não, somos a cidade das calcadas. Esse pequeno detalhe urbano é responsável por
discussões acaloradas tanto sobre sua forma como sobre o seu uso. A eterna
cisma entre amantes do petit pavê e os neo modernos pró paver é prato cheio pra
uma boa discussão bem curitiboca. A briga entre restaurantes e prefeitura para
a liberação das mesas no passeio também. Embora não goste dos cercadinhos, sou
totalmente pró mesa na calçada. Tem coisa que deixe bares e restaurantes mais simpáticos?
E a calçada é, desde os primórdios da minha adolescência, o lugar preferido pra
se tomar uma cervejinha se você é da galera. Sem mesa, sem frescura, de pé
mesmo, de preferência invadindo a rua. Se fechar cruzamento, ainda melhor!
Curitiba
esta cheia de bazares, coletivos, coworkings, muita gente criativa. Muita
economia colaborativa. Em todas as áreas. Só isso já faz a teoria da frieza
curitibana ir por água abaixo. As pessoas estão cada vez mais trocando,
mesclando, interagindo. Muita gente de fora, muito talento local, tudo num
mesmo caldeirão.
Tem cada
vez mais polos multieventos pela cidade. Bairros que organizam festas,
quermesses, feiras, shows. Todo mundo indo pra rua, A rua voltou a ser o palco
da cidade. Tem gente vendendo, comprando, comendo, trocando, expondo,
discutindo, propondo, tudo na praça, E não é no centro da cidade. Cada bairro
da cidade tá descobrindo seu potencial, sua arena, seu mercado, sua gente.
Tem mil
novos cafés, barbearias, pequenas lojas de artesanato, boutiques, docerias
abrindo em todo canto. Tem modismo de fora, tem claro. Mas isso também
transforma, ajuda a mudar o cotidiano da cidade. E é tudo espontâneo, não tem
diretriz governamental, não tem incentivo fiscal, nada. Os curitibanos, de
nascença e de coração é que estão tendo todo o trabalho, por sua iniciativa e
risco. Isso é ainda mais louvável.
Isso tudo me torna cada vez mais interessada nessa
cidade. Acho que conheço tanto, e tenho tanto a conhecer. Isso me faz querer
explorar cada canto, conhecer cada novidade, provar cada prato, fazer novos
vizinhos. Gosto da Curitiba da minha memória e estou gostando cada vez mais
dessa cidade em transformação.
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