quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Desejos
Mais amigos, mais risadas, mais brigadeiros, mais gentileza, mais educação, mais sinceridade, mais musica, mais livros, mais amor, mais cachoeiras, mais honestidade, mais perseverança, mais carinho, mais graça, mais elegância, mais cinema, mais alegria, mais embalo na rede, mais saúde, mais sonhos, mais viagens, mais sentimento, mais sol, mais praia, mais justiça, mais simplicidade, mais tempo, mais sono, mais realizações, mais discrição, mais sorrisos, mais consciência, mais fruta gelada, mais sorvete, mais segurança, mais brincadeira, mais seriedade, mais sensibilidade, mais energia, mais mesa farta, mais aventuras, mais companheirismo, mais surpresas, mais sorte, mais cor, mais perdão. mais mar, mais vento, mais tranquilidade, mais compaixão, mais lua cheia, mais pegada, mais sabedoria, mais entusiasmo, mais diversão, mais esportes, mais calma, mais generosidade, mais tesão, mais união, mais paciência, mais integridade, mais dança, mais família, mais suavidade, nais gargalhadas, mais inteligência, mais emoção, mais esperança, mais paz! Tudo isso pra já! Feliz 2016!!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Tão longe, tão perto!
Estive no Peru recentemente, fiquei impressionada com os
contrastes e as belezas do nosso vizinho. Tão perto e tão longe da nossa
realidade,
Perto nos piores quesitos. Perto na
pobreza, na poluição visual, na ocupação irresponsável e irregular dos morros
das cidades, na invasão da propaganda política em todos os muros de todas as
casas ao longo das estradas, no descaso com a sujeira e o lixo quando se vira a
esquina do centro da cidade.
Mas o que me chamou mais a atenção foram
nossas diferenças.
Somos diferentes na nossa cidadania.
Chequei em meio a uma greve geral do setor turístico. Uma mega manifestação
popular conta a privatização dos principais pontos e serviços que são uma das
maiores fontes de riquezas do país. Participamos do Paro em Cuzco,
mesmo sem conhecer os dois lados da história. As manifestações foram
super organizadas, pacíficas, reunindo os diversos setores desse poderoso setor
da economia. Todo mundo na rua, todos os sítios arqueológicos, museus e igrejas
fechados, as estradas bloqueadas. A mensagem dada por grupos coloridos em
roupas típicas. Nada de quebra-quebra, nem carro de som, nem políticos em
palanques. Confesso que, jornalista que sou, fiquei surpresa de não ver um
único caminhão de externa de TV cobrindo as passeatas, nem um microfone, nem
uma câmera. Tudo sem muita comoção, tudo super ordenado. Porém, o que faltou em
ardor, sobrou em verdade. No dia seguinte o projeto de lei foi recusado.
Vitoria! Também não teve comemoração. Vida normal e bora visitar as ruínas de Saqsaywaman!
Nunca vi nada parecido! Não é uma questão de paixão, de partido, de uma
discussão política, de lados. É Uma questão de direitos, de estar certo ou não,
de exigir um posicionamento de quem faz as leis. Mostrar a força sem usar a
força.
Somos diferentes também na nossa relação
com a nossa identidade. Obviamente estive principalmente no interior, em
regiões turísticas, fiquei apenas um dia em Lima que é uma cidade grande,
misturada, globalizada. Onde estive, o colorido dos tecidos e do artesanato se
mistura com o colorido das pessoas na rua. Claro, tem mulheres e crianças
excessivamente montadas, carregando baby alpacas
no colo, para que você as fotografe em troco de uns trocos, mas a verdade é que
você pode ver muita gente que respeita os trajes típicos de suas aldeias e
vilas. As saias coloridas, os tecidos nas costas com crianças penduradas, os
chapéus e as tranças estão em toda parte. Esses trajes servem pra gente saber
se as pessoas são solteiras, casadas, se falam castelhano ou quéchua, entre outros
códigos, Homens e jovens nem tanto, é verdade, mas as mulheres do Peru carregam
suas origens pra todo canto, envoltas em camadas de tecidos. É bonito de ver, essa
coisa tão permeada na vida, na rua, no cenário. O Peru tem uma cara, um rosto.
Somos diferentes nas nossas tradições.
Nosso cadinho cultural nos afastou muito dos nossos índios. Nossa
heterogeneidade nos distanciou até dos colonizadores portugueses. Ter uma
ancestralidade Inca faz muita diferença e a presença espanhola também se vê o
tempo todo. A herança Inca é linda, poderosa. Ninguém fica alheio à magia de Machu Picchu. A
energia das pedras, templos e terrazas de
qualquer sitio Inca mexem com a gente. A relação com a natureza, os valores
ligados à terra - Pacha Mama,
estão em toda parte. Difícil não ficar atônito diante das montanhas, do Vale
Sagrado, do lago Titicaca. Difícil não ver como o meio influencia a
vida. Como a natureza moldou essas culturas todas.
Adorei o Peru. Adorei estar em contato com
as veias abertas da América Latina de uma maneira que não sentimos aqui no
Brasil. Não somos dessa mesma raça, não temos essa mesma origem, não temos esse
tipo de latinidade. Estamos tão perto e tão distantes dessas culturas tão
interessantes. Não somos hermanos, não rezamos para os mesmos deuses, uma pena!
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
De que lado voce samba?
Não vai ser fácil! Esse ano vai ser um grande desafio para todos
nós.
Não vai ter dinheiro, isso é fato. A corda
vai apertar e por muito tempo. Essa será nossa realidade para 2016.
Nessas horas você vê quem você realmente
é. Como é que você encara a vida, como você vê o mundo. Você é otimista ou
pessimista?
E como é que a gente faz pra sair desse
cenário? Como é que a gente faz pra sair da cama? Melhor, como é que a
gente vai sair dessa lama?
Nessas horas você: a) puxa o cobertor pra
cima da cabeça e desiste da luta; ou b) levanta sacode a poeira e dá a volta
por cima?
Pra quem felizmente marcou B, e espero que
sejam muitos, sempre existe uma saída e o nome dela é criatividade minha gente,
muita criatividade. Já dizia o meu pai, otimista dos bons, "se você quer
ser criativo corte um zero do seu orçamento".
Essa crise é a chance do Brasil inteiro
mostrar a sua cara, mais do que isso, é a chance do brasileiro se superar.
Porque, cá entre nós, não vai dar mesmo pra ficar esperando uma resposta de
Brasília não é mesmo?
Então, bora arregaçar as mangas e colocar
os miolos pra funcionar.
Quem tem uma boa ideia, quem tem projetos
inovadores vai ter a grande oportunidade de colocar o bloco na rua, estamos
precisando disso desesperadamente. Gente que vem trabalhando com novas fontes
de energia, gente que vem trabalhando com novos processos de reciclagem, gente
que vem inovando em tecnologias mais variadas, essa é a sua hora de brilhar.
2016 é de vocês.
Gente que faz, gente que não espera ter as
respostas pra tudo. Gente que se levanta e toma pra si a responsabilidade,
gente que no matter what começa algo. Esses serão os meus
guias em 2016.
Confesso que sou uma pessoa mais realista,
sempre muito no centro dessa conversa otimista/pessimista. Porém, nunca quis
tanto na minha vida ser arrebanhada para o time do positivo, do vai que dá, do
tá susse.
Porque a outra alternativa não muda nada,
A outra alternativa é mesquinha e acomodada. É preguiçosa, chata. A alternativa
negativa não transforma, não cria, não gera.
Ser otimista dá trabalho, exige ação,
mudança, sair da zona de conforto, se jogar, ousar. Ser positivo te move, te
melhora, te incentiva, te empurra.
Então, meu desejo pra esse 2016 tão
delicado é que ele seja o ano do otimismo em meio a tantas noticias ruins. Que
seja o ano da turma do sim, do vamos lá, do deixa comigo, do yes we can, e principalmente o ano do vai dar tudo
certo!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Amanheci de luto
Ontem foi
um dia triste. Ontem foi o dia do anuncio que o congresso deu seu aval a
abertura de um possível processo de impeachment da presidente Dilma.
Não me
entendam mal, não sou nem a favor nem contra o impeachment em si, não votei na
Dilma e não sou militante do PT ou de qualquer outro partido de direita, centro
ou esquerda. Minha tristeza reflete a pobreza moral que nos encontramos, onde o
próprio impeachment virou uma das negociações mais
podres que esse país já viu, um governo por um cargo. Você não conta os meus
pecados, eu abafo os seus.
Viver em
um país onde precisamos chegar a um impeachment é muito triste! É chegar ao
fundo do poço, ao descrédito total de pessoas e instituições que deveriam estar acima de qualquer suspeita.
Não são. Nossos lideres são torpes, nossos poderes são risíveis, nossos santos
são de barro.
Essa
barganha que antecedeu ao golpe final de ontem foi sem precedentes. Assim como
a prisão de um senador em pleno mandato. Igualmente triste. Não a prisão, mas o
fato de termos esse tipo de senador, esse tipo de gente nas mais altas esferas
do poder. Gente vil, gente mesquinha, gente tacanha, gente má, que transforma
qualquer sonho de um país real e decente numa quimera.
Amanheci
de luto, pelo nosso governo, pelo nosso desgoverno, pela nossa mediocridade,
pelo nosso desfortúnio, pelo escárnio, por essa ambição desenfreada, pelo mal caratismo que domina
o planalto central do país.
Espero
que o luto represente a morte de todas essas coisas, espero que um dia a gente
consiga mesmo matar, destruir, aniquilar esse moto contínuo que é a politica
brasileira. Espero que esse luto anteceda o renascimento de algo bom, algo no mínimo
decente. Por enquanto, vou chorar minhas
vergonhas, meu pesar por esse trágico cenário de hipocrisia e negociatas, Vou
chorar por uma presidenta e por um senador que não me representam, Vou chorar
pelo país que não precisávamos ser. Que o tempo me conceda conforto e alento.
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