Ontem foi
um dia triste. Ontem foi o dia do anuncio que o congresso deu seu aval a
abertura de um possível processo de impeachment da presidente Dilma.
Não me
entendam mal, não sou nem a favor nem contra o impeachment em si, não votei na
Dilma e não sou militante do PT ou de qualquer outro partido de direita, centro
ou esquerda. Minha tristeza reflete a pobreza moral que nos encontramos, onde o
próprio impeachment virou uma das negociações mais
podres que esse país já viu, um governo por um cargo. Você não conta os meus
pecados, eu abafo os seus.
Viver em
um país onde precisamos chegar a um impeachment é muito triste! É chegar ao
fundo do poço, ao descrédito total de pessoas e instituições que deveriam estar acima de qualquer suspeita.
Não são. Nossos lideres são torpes, nossos poderes são risíveis, nossos santos
são de barro.
Essa
barganha que antecedeu ao golpe final de ontem foi sem precedentes. Assim como
a prisão de um senador em pleno mandato. Igualmente triste. Não a prisão, mas o
fato de termos esse tipo de senador, esse tipo de gente nas mais altas esferas
do poder. Gente vil, gente mesquinha, gente tacanha, gente má, que transforma
qualquer sonho de um país real e decente numa quimera.
Amanheci
de luto, pelo nosso governo, pelo nosso desgoverno, pela nossa mediocridade,
pelo nosso desfortúnio, pelo escárnio, por essa ambição desenfreada, pelo mal caratismo que domina
o planalto central do país.
Espero
que o luto represente a morte de todas essas coisas, espero que um dia a gente
consiga mesmo matar, destruir, aniquilar esse moto contínuo que é a politica
brasileira. Espero que esse luto anteceda o renascimento de algo bom, algo no mínimo
decente. Por enquanto, vou chorar minhas
vergonhas, meu pesar por esse trágico cenário de hipocrisia e negociatas, Vou
chorar por uma presidenta e por um senador que não me representam, Vou chorar
pelo país que não precisávamos ser. Que o tempo me conceda conforto e alento.
Me sinto assim também,compartilho de suas palavras.
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