Morreu
um ídolo. Silenciosamente, surpreendentemente, dolorosamente. Morreu um ícone. A
morte de David Bowie foi um soco.
O
próprio Bowie, de certa forma, tentou preparar nossos corações. Dois dias antes,
em meio à celebração do aniversario, lançava Lazarus como um prelúdio do que estava por vir. A música é forte,
linda e deixa a certeza que o artista ainda estava lá, pulsante em meio ao
tratamento que manteve em segredo de todos.
Perdemos
Bowie e em menos de um minuto o mundo, literalmente, só falava nisso. A notícia
se espalhou pelos meios de comunicação e principalmente pelas redes sociais
como o foguete do nosso Starman. No facebook, foi difícil achar um post que não
citasse isso.
Como
de costume, fomos bombardeados por obituários de diversos veículos. Canais de
tv mostravam seus clipes. Jornais, blogs e sites tentavam resumir a
personalidade de uma pessoa múltipla, diversa, plural. É praxe em
momentos como esse.
Porem,
de repente, o que era para ser uma coisa muito muito triste começou a se
transformar numa coisa muito, muito bonita. Foi como se todo mundo quisesse
transformar a sua dor em uma homenagem mais forte, mais tocante, mais lírica, a
altura desse cara genial que conseguiu mexer com a vida de tanta gente.
A
cena das pessoas que passaram a noite cantando suas musicas em Brixton, sua
cidade natal, foi mais que emocionante. Quisera eu fazer parte desse coro. A
timeline do facebook ficou sonora, com links de praticamente todos os seus
sucessos. Fotos, gifs, caricaturas, cartazes, ingressos, capas de disco
ilustraram posts o dia todo no instagram. Textos emocionados mostraram o grau
de devoção de seus incontáveis fãs. Tweets de famosos ou não, usaram cada um
dos 140 caracteres disponíveis para lembra-lo.
As
homenagens mais diversas e espontâneas foram surgindo em todo canto. No
Brooklyn, EUA, uma semana toda de homenagens foi programada, e longe de missas
e vigílias, os eventos são todos, de certa forma, animados. Sob o titulo 10
maneiras de celebrar David Bowie (http://brokelyn.com/put-red-shoes-celebrate-life-david-bowie-brooklyn/)
noites dançantes, maratonas dos filmes, baladas temáticas, enfim, uma série de
eventos irá homenagear o que de mais importante ele nos deixou, sua arte.
Bowie
foi um ídolo para varias gerações, se reinventando sempre, nos mostrando a importância
de seguir, mudar, ousar, arriscar, ser diferente, ser estranho. Bowie teve as
mais variadas faces, e todas estavam ali á mostra. David Bowie era brilho,
neon, listas, purpurina, fantasias, roupas e maquiagens. Era Ziggy Stardust e Major Tom. Era ator, andrógino,
complexo. David Jones era elegante, discreto, chiquérrimo.
Essa
imersão no carinho, respeito, fascinação, devoção pelo artista foi comovente. Espero
que sua família tenha visto tanto amor, que tenha se sentido abraçada e
confortada por ele. Foi lindo e nada boring como ele já tinha nos avisado.
12/01/2016
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