terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Ah, as férias!

Sentada na varanda, de frente pro mar, na rede. Idílio do paraíso. E olhe que esse mar é o da praia de Caiobá, que certamente não está listada entre as 100 mais bonitas do Brasil. Talvez nem entre as 1000 praias ela tenha alguma chance. Mas é o meu paraíso particular, pelo menos nesses cinco dias que me restam de dolce far niente.
 Mas o que importa não é a praia em si, mas a vida boa que a gente leva por aqui. Vida sem hora, sem compromisso, sem jornal, sem obrigações, tudo leve feito pluma. 
Até o tempo muda quando chega na praia. De repente ele para de ser o opressor do dia a dia. O tempo cresce, se estica todo, se espreguiça pela areia. 
Aqui a gente tem tempo de longas caminhadas, de cafés da manhã demorados, de um dia de praia infinito,  de rede, bicicleta, de comprar pães e sonhos, de ler livros grossos e de divertidas conversas com os amigos.
Aqui as portas estão sempre abertas, as mesas estão sempre postas, as famílias todas reunidas. Todos são bem-vindos. As mulheres reunidas, os maridos na sexta-feira.
O sol rachando, o mar limpo, os salva vidas atentos. A barraca sempre cheia, a conversa sempre animada, os mergulhos refrescantes, as crianças bezuntadas de protetor, o queijinho na grelha e o coco um pouco caro.
O café vira almoço, o almoço vira janta, tem passeio pro sorvete.
O tempo se estica, o sol não quer ir embora, a lua faz bonito nascendo no mar.
Caminho cedo, acordo a filha, vou a praia, levo o filho pro Ferry. A maior preocupação: areia.
Melancias, uvas, milho no pratinho na praia, peixes grelhados, casquinha de siri, churros. No dia da preguiça, macarrão.
Tudo simples como a vida devia ser sempre. Poderia ficar aqui mais tempo, gostaria de viver assim. 
Ir andar na areia antes de trabalhar, dar um mergulho antes de voltar pra casa, que sonho! 
Ah, doce vida de férias!