quinta-feira, 14 de abril de 2016

Tudo junto e misturado

Queria voltar aos meus vinte anos. Não é saudosismo, embora eu seja bem nostálgica. Não é pra cair na farra,  mesmo porque isso a gente faz com a idade que for, contanto que essa energia esteja dentro da gente.
Queria voltar aos vinte anos porque essa geração esta experimentando um coisa nova que não existia na nossa época, a cooperação, a colaboração. Esse novo sistema de vida trabalho,  parceria e  criação que vem do coletivo, do grupo, é uma maneira super instigante de viver. 
Claro que sempre houve trabalho de equipe, lembro bem da minha sala de trabalho sem paredes na Singular, onde a gente dividia o onus e o bonus da "firma". Mas o processo  de trabalho era individual. A gente se apoiava, se incentivava, dividia, mas não é a mesma coisa. 
Essa nova galera fala outra língua, A colaboração hoje é parte do DNA dessas empresas novas. Elas nascem juntas, se mesclam, começam numa e terminam na outra. Em várias áreas. em vários nichos de mercado. Mas é no trabalho criativo que isso fica mais forte. Comunicação, marketing, design, arte, moda, joalheria, culinária, são focos super atuantes dessa nova forma de ser.  
E isso muda até a cara da cidade. A proliferação de espaços coworking na cidade é a prova disso. E são ambientes de trabalho mais humanizados, voltados para profissionais liberais que se apoiam, que tem perfis socioeconômicos similares, que estão crescendo juntos e colaboram de verdade. Fora que são lugares geralmente muito modernos e conceitualmente bacanas, onde o coletivo tem realmente um propósito. 
Gosto dos espaços criativos, dos teatros pequenos que promovem exposições, cursos que fogem a sua área de atuação, alem do trabalho teatral de qualidade que também oferecem,
Também gosto muito dos ateliers coletivos, dos bazares, da interatividade da arte com o negócio, de projetos que se cruzam, de quadros que viram estampas, de jóias que completam a coleção das roupas, da escala artesanal que permite essa troca. 
Essa gente fina, elegante e sincera que vai de bike pro trabalho, que tá preocupada com o consumo, que vive o que acredita. E uma geração corajosa, antenada, colorida. 
E a cidade vai se cobrindo com essas novas ideias, esses novos ares, essa nova cultura. Os sizudos prédios coorporativos e suas baias vão dividindo a paisagem com as aldeias, as casinhas coloridas, os espaços abertos. Os carros de empresa e as entregas de bicicletas, os terninhos e o saruel, salto e chinelo. Diversidade é fundamental para uma cidade produtiva. Cultural, social,  modal, criativa. tudo junto, todos colaborando pra uma cidade mais interessante.