quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Meu primeiro branco!

Para quem não sabe, branco de quem escreve é o mal maior que pode acontecer.
Você fica olhando para aquela folha vazia (no meu caso a tela do computador), aquela brancura total e nem uma ideia sequer aparece na sua cabeça. Ao contrário, a gente só consegue pensar cada vez mais no branco. Ele vai tomando conta de todos os pensamentos. Aí você vai se afundando na cadeira, pensando em como escapar desse fracasso avassalador.
A cabeça da gente é uma coisa complicada. Ela tem caminhos medonhos nessas horas. Como é que a pessoa não consegue controlar a situação? Como é que essa parte pequenininha, manda e desmanda na pessoa? Como é que ela faz essa blindagem tão eficiente nas idéias maravilhosas que você tem certeza que existem dentro dessa própria cabeça, loucas pra sair e ganhar as ruas? É um martírio! Uma luta interna enorme. Ironman cerebral.
Acontece com todo mundo. Nas crianças ela vem no dia da prova, batata! Para os adolescentes, na hora de chegar naquela menina (ou menino) sem a proteção de nenhum apetrecho eletrônico, na real, cara a cara. Não sai uma palavra, aposto! Pra quem tá começando a vida acontece muito na entrevista de emprego, se for a primeira então, o branco ama! 
Pra quem já tá na estrada há mais tempo, acontece em reuniões, entrega de projetos, e o pior dos piores, quando você é o responsável por desenvolver o tal projeto. Tá lá, branco! Você vence na vida, vai dar entrevista, quem aparece? Branco! Link ao vivo então, Superbow do branco!
Pra todo mundo: homem, mulher, velho, novo, ele vem bem na hora que aquela pessoa que você já não gosta te faz a maior presepada. Você fica ali, mudo. Só consegue pensar em responder a esse sacana geralmente 30 minutos depois, quando o branco, gargalhando, dá lugar a raiva. Clássico!
Pra mim, o branco tem que ser domado, confundido, ignorado, superado a cada tentativa dessas mal traçadas linhas. É um trabalho árduo, podem acreditar! Mas quando ele vai fugindo, quando as ideias vão colorindo a cabeça e a página, é como ganhar um beijo! E assim a gente sai flanando alegre por ai, certos da batalha vencida, acarinhados pela sensação de superação. Branco agora, espero, só no próximo réveillon!!!! 



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ah, o ócio da praia!

Ah,  o ócio da praia!
Passei 10 dias na praia e confesso que foi uma tristeza deixar aquele sol todo pra pegar a estrada de volta pra casa. Essa vida de praia é muito boa.
Primeiro por que o relógio é a primeira coisa que você aposenta nas férias. o relógio e o calendário.
Essa doce sensação de não precisa medir o tempo é maravilhosa, o tempo vira uma coisa diferente, elástico, molenga, comprido, gostoso. 
Nas férias você volta ao modo básico, como se tivesse sido resetado, volta ao modo bicho de fábrica: acorda com o sol, come quando tem fome, dorme quando tem sono. Nada marcado, programado, a natureza é que manda. Parece que todo o nosso corpo relembra uma vida alternativa, todas as férias ele passa por isso e se reprograma. 
Fora que tive a imensa sorte de ir parta Caiobá e pegar praia todos os dias da minha breve estada. Raríssimo! Os últimos cinco dias foram de uma perfeição sem fim, céu azul e brisa, um sonho! Dias de sair da praia lá pelas sete da noite, muito a contragosto. 
E como a gente não tem relógio e fica na praia até anoitecer, acaba perdendo todos os noticiários. Que maravilha! Comprar jornal, nem pensar! O mundo vira um microcosmo de alegria. As únicas notícias que se tinha era sobre as fornadas dos pães da Marta. Só soube do Maranhão, e pior, do BBB quando cheguei na civilização curitibana. 
Praia é sol, é sorvete, água de coco, melancia. Praia é ver o sol nascer e se por. Praia é banho de mar, caminhadas. Praia é casquinha de siri, peixe e camarão de todas as formas e até cansar.Praia é ficar de conversa com os amigos na areia, na sacada, na rede, na piscina. Praia é deixar a filharada mais solta, experimentando liberdades que a cidade não permite. Praia é tudo de bom!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Declarações de amor

Andando pela praia de manhã, me deparei com uma das mais singelas e delicadas declarações de amor, o tradicional desenho dos nomes dos enamorados com um coração escrito na areia. Achei lindo. Em tempos em que a tecnologia invade a nossa vida de maneira tão avassaladora, aquela escrita, com a caligrafia caprichada foi uma brisa de humanidade.
As pessoas ainda encontram tempo pro romantismo, ainda bem. Num mundo que tem milhares de aplicativos que tornaram  a conqista tão impessoal, tem também lugar pra corações em troncos de árvores. 
As pessoas ainda compram cadeados para colocar em diversas pontes europeias, simbolizando seu desejo de amor eterno, modificando a paisagem urbana, colocando o amor no concreto.
Pra quem é mãe de adolescentes, isso é um alívio. Eles podem curtir digitalmente milhares de coisas, mas nada é igual a vivenciar essas paixões na vida real. 
Tomara que eles possam experimentar essas emoções, chorar com musicas sentimentais, fazer juras, promessas de amor. Tomara que tenham seus nomes escritos mil vezes nos cadernos das e dos pretendentes. Tomara que escrevam seus nomes na areia da praia, desafiando as ondas e a efemeridade das paixões!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Vivendo o verão

Primeira post do ano , direto de Caiobá! 
A praia é realmente o maior espaço democrático do universo, pelo menos as praias paranaenses onde se pode chegar até mesmo em um fordeco 78. Não estamos no Tahiti, nem na Côte D'Azur, nem mesmo na Costa do Sol  baiana, estamos na nossa famosa Divina!
Uma volta na praia e já entendi qual é a do verão: o fio dental. E infelizmente não estamos falando de uma medida profilática desenvolvida pela Secretaria de Saúde, não, não, não! O fio dental, aquele micro biquini que vira quase um fiozinho mesmo na parte traseira, parece ser a escolha de 7 em cada 10 sereias paranaenses. Infelizmente! 
Gente do céu! As pessoas não tem amigos? Ninguém pra dizer: "querida você é muito legal mas esse biquini não dá!!".  Fio dental não é pra todo mundo, aliás acho que só deve ter umas cem mulheres em todo mundo que podem usar essa indumentária sem medo. E olhe lá! As pessoas deviam ter que tirar permissão especial pra usar isso, tipo carteira de motorista, com exame médico e tudo.
Mas é verão e a turma quer mesmo é se divertir! Não é a paranóia da celulite que vai estragar a festa! 
Aliás, sou super a favor de alguns quilinhos a mais, mas só alguns. Estou pensando em propôr uma tese que provará que quem tem dobrinhas cutâneas é mais feliz. Esses poucos quilinhos a mais é que são reponsáveis por toda a alegria do mundo. É aquele sorvete dividido com as crianças, a pipoca no cinema, a caipirinha (com açúcar) com os amigos, o camarãozinho frito depois da praia, o brigadeiro das festinhas dos filhos.
Verão é a estação da alegria, das férias, do sol. Verão é a estação de estar com a família e com os amigos, de curtir a vida na plenitude. Eu vou tentar fazer a minha parte. Vou levar os meus quilinhos a mais pra brindar a vida ao sol, dentro de um biquini bem comportado, prometo!