quinta-feira, 20 de julho de 2017

Guerra e paz


Muito mais de 100 dias se passaram desde a posse do novo prefeito. Pra quem ia dar um choque de gestão, quem ficou chocada fui eu. Até agora não vi nada que tenha me tocado positivamente no comando da cidade. Muito pelo contrário.
Curitiba nunca me foi tão estranha, tão desconhecida, tão distante.
Tempos tristes. Num mar de notícias tão deprimente que sopram do planalto central do país, Curitiba sempre foi Porto Seguro, onde o mínimo de civilidades e respeito ao cidadão ainda acontecia.  Não mais! 
Estamos no mesmo lodaçal. As notícias da cidade são tão desanimadoras quanto às de outra cidade qualquer. Uma pena.
Cidade e cidadãos não caminham mais em sintonia. Das questões mais abrangentes àquelas mais delicadas e particulares. Parecem estranhos, habitantes e a cidade.
 Tudo virou praça de guerra, do projeto orçamentário a uma simples horta comunitária, o diálogo se perdeu. A gritaria é geral e é regra. E nesse barulho ensurdecedor, ninguém se escuta.
Vemos leis sendo ignoradas em casos graves e seguidas à risca em questões ultrapassadas. Se temos um problema urbano, raramente acontece uma solução com as partes interessadas, baixa-se um decreto. Amputa-se o membro, não se trata a doença. 
Não é a toa que os índices de popularidade despencam. Eles refletem uma decepção, uma mágoa, uma tristeza, quando não raiva. 
Espero que quem luta pela cidade resista. E que quem governa abra olhos, ouvidos e o coração.