quinta-feira, 31 de outubro de 2013

And the Oscar goes to....

Adoro cinema. Mas estou falando de cinema: sair de casa, comprar ingresso, tela grande,  pipoca, escurinho e tudo que eu tenho direito. Não consigo imaginar a vida sem passar por esse ritual pelo menos uma vez por semana. É uma das coisas mais gostosas que se tem pra fazer sozinha, com o namorado, com os amigos, com o marido ou com os filhos. É sagrado!
E gosto de quase todos os gêneros. Tirando aqueles filmes que mostram mais tripas que história, você pode me chamar para assistir qualquer coisa, em qualquer hora. Eu topo! E sessão dupla num sábado chuvoso quando a família toda viajou??? Se der tempo prolongo pra tripla!
Cinema tem a ver com sonho, acho que é isso que eu adoro. É meio mágico você entrar num outro mundo e ficar absorvida por uma história, uma imagem, um personagem. São realidades diferentes que se descortinam pra você naquele tamanhão, com sorround sound, imbatível!
Além disso, dar risada, chorar, se assustar, apertar as mãos, fechar os olhos, tudo isso no mais perfeito anonimato, pra mim é perfeito. Principalmente porque no quesito chorar, sou a campeã. Às vezes saio antes de acenderem as luzes de tanta vergonha da minha cara inchada e pras pessoas não descobrirem quem é que tava soluçando daquele jeito! Chorei duas horas seguidas depois de assistir Cidade de Deus, não conseguia parar. A cena do menininho tendo que atirar no outro acabou comigo, recém mãe que era naquela época. No Clube da Felicidade e da Sorte bati o recorde, comecei a chorar nos créditos antes do filme começar, tudo por culpa de uma citação...
Eu gosto de tudo relacionado ao cinema, gosto de ler sobre os atores, abro o IMDb (Internet Movie Database) todo dia pra saber de algo, vejo o Oscar, faço listas, todo o pacote. E depois que eu já vi o filme no cinema, posso assistir mais mil vezes na TV (só depois),  não me canso nunca. Como é que a gente pode enjoar da cena da Meryl Streep dando a mão pro Robert Redford no avião quando eles sobrevoam as pradarias de Out of Africa???? Como a gente pode enjoar do Robert Redford????
Tem filmes que marcam a vida da gente de uma maneira profunda, casam com o que você está vivendo em determinada época da sua vida. Ou te emocionam demais simplesmente pela beleza, só isso. Filmes marcam épocas, rompem barreiras, provocam, mostram realidades que as vezes o mundo tenta esconder, podem ser socos no estômago.  As vezes podem encher, podem até irritar. Podem ser completamente ridículos, escrachados, e muito mal feitos. Mas os filmes podem também aliviar, confortar, divertir, deslumbrar, curar. Uma dose de Gene Kelly ou Fred Astaire é melhor que aspirina, pelo menos mais belo, pra mim funciona contra quase todos os males.
É ficção, é drama, é comédia, é terror, é nacional, é documentário, é aventura, é pura imaginação. Kitch, Cult, o que for. Pode ser normal, 3D, o delicioso Imax, ou a maravilha do Open Air que eu fui ontem. Pra mim quanto maior a tele melhor, mais eu entro nesse mundo. O que importa mesmo é deixar a  vida mais rica, mais colorida, mais emocionante. And the Oscar goes to....




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A perda dos ídolos


Minha geração está quase órfã. Thank god pela vitalidade dos Rolling Stones!!!!!
Com a morte do Lou Reed, ontem, ficamos ainda mais perdidos nesse mundo! Aos poucos estamos perdendo todas as nossas referências culturais!
O problema é que essas referências não se renovam, são pessoas que nos tocaram no nosso processo de formação intelectual, que aconteceu lá na adolescência.  São aquelas músicas, livros e filmes que nos fizeram sentir algo pela primeira vez, isso é insubstituível, intransferível e irrevogável. Não tem outro Blade Runner, não tem outro Betty Blue, não tem outro Ser Jovem (confesso, adoro!), não tem outro Apanhador no Campo de Centeio, não tem outra Miss You, não tem outra Como nossos pais!
É claro que ao longo da vida, milhares de pessoas continuam a me impressionar e emocionar. Adorei de paixão milhões de  filmes, livros e músicas nos últimos anos. Amei o livro Sefarad, do Antônio Munoz Molina; o filme Intouchables, do Olivier Nakache e do Eric Toledano; e me derreto ouvindo Love Song, do 311; e Maybe Tomorrow do Stereophonics. Mas é diferente, a gente gosta muito, mas não tem essa relação de idolatria. Parece que o espaço para isso já está completo, se fechou desde os meus 25 anos.
Mas os ídolos que a gente faz lá com quinze anos são sagrados. Fazem a gente ver o mundo com outro olhar, ensinam a gente a ver além. Revelam novos pensamentos, novos ritmos, novas emoções que a gente não conhecia dentro da gente. Abrem as cortinas pra gente descobrir o novo mundo que está na nossa frente. Moldam nossos gostos. São insubstituíveis nos nossos corações. Cravam raízes bem profundas.
São perdas que doem como se fosse alguém da família. Lembro do dia que a Elis morreu, foi a primeira pessoa que eu gostava que morreu (sim, eu adorava Elis com 12 anos), foi bem doído.E obviamente, meus ídolos, assim como eu, estão envelhecendo. Eles estão indo e deixando um vazio enorme na vida da gente.
Por isso vou estar na primeira fila do show do A cor do Som na próxima semana. Por isso fui ver 5 shows dos Rolling Stones, e fico sonhando com o próximo. Por isso leio e releio Cem Anos de Solidão. Por isso meu Ipod é 90% formado de musicas dos anos 80. Por isso choro e choro por Lou Reed e seus Pale Blue Eyes...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O futuro é logo ali

Se você  é da minha geração, provavelmente  vive entre dois mundos. Por um lado ainda interage muito com o mundo real: fala e näo tecla no telefone, assiste filmes no cinema e nāo no computador, sai pra ver os amigos no bar, nāo no Instagram. Por outro lado, procura ser o mais conectado possível, tem tablet, smartphones e se vira bem nesse ambiente, usa o Facebook com moderação, sabe o que é um aplicativo e até tem um e-reader. A tecnologia margeia a sua vida, não é o centro.
Caro amigo, você e um dinossauro. E nāo é sua culpa, a culpa é toda da tecnologia. Enquanto a gente se vangloria por dominar essa interface plana de telas e teclados, o mundo digital dá passos largos em uma direção completamente nova. As novas máquinas vāo precisar cada vez menos de comandos, elas vāo saber o que a gente precisa com um minimo de intervenção. Um olhar, é o que vai bastar pro seu óculos abrir hyperlinks em realidades virtuais de altíssima qualidade. Aquele filme que pra você é ficção cientifica, é teste de mestrado pra essa molecada que está construindo um mundo completamente novo pra ser explorador em nossos smartphones e tablets.
Tudo é novo, interligado, tudo vai fluir sem esforço, sonho!
O mais legal é que essa mudança já está nos laboratórios, nas incubadoras, nas startups. A gente nāo vai ter que esperar muito. Nossos filhos então, serão naturalmente envolvidos por essa nova realidade. Fui conhecer um desses projetos, saí de lá empolgada. São possibilidades infinitas. O bom uso dessa novas tecnologias vai além das nossas mais vãs filosofias. As aplicações dessa novas realidades são imensas: cirurgias, gestão pública, mobilidade,  cultura, entretenimento, tudo hiperreal.
Mas o mais legal disso tudo é que por trás dessa parafernália toda, por mais futurista que ela seja, está sempre uma pessoa e seus questionamentos. É gente, é idéia, só. Mudou o caminho do pensamento, mudaram os ferramentas de trabalho, mas a pessoa por trás da idéia está lá. O universo que essa garotada trabalha é muito amplo, muito amplo mesmo. Mas a originalidade, num mundo cheio de ctrl c, ctrl v, também é imensa.
Portanto dinossauros, preparem-se. Tem muita coisa interesante pra ver e aprender nesse mundo novo. E pra nossa sorte, vai ser tudo sem consoles e controles, amém!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A nova Curitiba

Curitiba é sempre um bom assunto, adoro falar da minha cidade.
E a cidade está cada vez mais dinâmica, muda muito, muda a cada dia. Se por um lado estamos crescendo assustadoramente (se eu pudesse, proibiria a cidade de crescer mais), por outro lado esse crescimento também abre muitas novas possibilidades .
A cidade recebeu novos gostos, novo sabores, novas idéias. Eu vou deixar tudo que eu não gosto nessa história de ser grande pra lá porque a vida é bela e tem muita coisa boa acontecendo por ai.
Dia desses contei vários super eventos acontecendo na cidade, todos ao ar livre,  todos bem diferentes. Tinha feira gastronômica, tinha um evento musical, tinha evento pra bikers e aficionados, tinha arte, tinha  gente na rua, alegria, animação.Tiro o meu chapéu para esses produtores culturais que enfrentam esse nosso clima tão esquizofrênico e apostam na rua. Essa ocupação gigante de rua, parques e praças é coisa nova. Claro que sempre existiu evento de rua na cidade, mas não nessas proporções. Carnaval? Réveillon? Pra gente entrar num bloco precisava viajar pra Recife e Salvador. Agora é só pegar o Interbairros e descer no Largo da Ordem. Só tenho pena que a violência urbana seja tão grande nesse país que faz com que as pessoas vivam com medo da rua e deixem de expor seus filhos a esse mundo tão colorido e espontâneo.
Outra coisa que adoro é a criação de vários novos pólos de animação na cidade. Eu moro e sempre morei no Cabral e adjacências e aqui a vida noturna era menos que zero. Dois ou três restaurantes no máximo reinaram na paisagem durante décadas. Agora a região está super agitada,  os restaurantes e bares parecem que brotam da calçada. E vejo que isso acontece em várias outras regiões. É a democratização da cidade de verdade. Ninguém precisa sair do seu bairro pra se divertir. E adoraria que num futuro próximo, essa proximidade fizesse as pessoas saírem mais à pé, mesmo de noite, como nas cidades civilizadas do planeta. Já pensou? As pessoas indo de um bar a outro pela rua, as lojas abertas até mais tarde, aproveitando esse embalo. Ia ser demais, ia ser perfeito!
Perfeito como a variedade de nacionalidades que estão fincando sua bandeira gastronômica por aqui. Não precisamos mais ir a São Paulo pra comer um indiano, um tailandês (é meu amigo, até uma década atrás, as coisas eram beeeem diferentes). O mundo chegou aqui. Sabores novos, finalmente saímos do trivial, França e Itália, não é uma marravilha? E com isso, nossos restaurantes mais tradicionais também estão se aperfeiçoando, ousando mais. Descobrimos novas frutas que agora são obrigatórias no Mercado Municipal. Você pode comer quase de tudo nessa cidade, quase de tudo, ainda há espaço pra África e Oceania!
Então, caros amigos, mesmo de carro, dá pra aproveitar muito essa nova cidade que está florescendo. E só depende de nós transformar esse crescimento em melhoria. Cuide da sua cidade, viva a sua cidade!







sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Almoço de mulheres, está servido?

Almoço de mulheres é sempre uma farra.
Nunca é sério, nunca é de trabalho, almoço de mulheres é outro departamento.
É pra aliviar o dia, é pra falar bobagem, é pra dar risada.
Num almoço de mulheres, ninguém vai salvar o  mundo, ninguém vai discutir economia, nem a paz no oriente médio, nem política (nem mortas!).
Almoço de mulheres serve pra falar de novela, pra rir da última do filho, pra discutir a roupa da colega, pra saber do último lançamento de perfume, pra falar de viagens, de moda e obviamente, de dietas!
Aliás, tem que comer pouquinho. Não dá pra cair matando na feijoada, isso é pra machos! Saladinha e peixinho! De preferência, tem que deixar a sobremesa pela metade. Mas dá pra ter caipirinha!
Almoço de mulher não tem hora pra acabar e geralmente invade os compromissos profissionais da tarde. Mas é dai? Quem tá preocupado?
Almoço de mulher é cacofonia, todo mundo fala junto. Dependendo do número de participantes, tem dez assuntos na roda ao mesmo tempo. E barulhento, é alto, incomoda a mesa do vizinho.
Você está pensando (aposto): nossa que futilidade! E eu respondo: Amém!!!!
Ainda bem que a gente pode se permitir ser leve e simplesmente rir. Almoço de mulher é pra ser feliz! Não tem espaço pra coisa pesada. No máximo a gente se solidariza quando alguma das participantes está passando por algum problema. Mas dai, o almoço de mulheres é um remédio, ela está ali, naquele momento, pra esquecer de tudo e simplesmente rir da palhaçada que a amiga conta. É terapêutico.
Almoço de mulher modernas como nós também é agenda cultural onde a gente fica sabendo das dicas de cinema, os livros que estamos lendo. É meio terapia, (os teus filhos faziam isso?) meio aula de culinária (sempre rola uma receitinha), meio consulta médica (remédios e novidades estéticas estão sempre no cardápio). E tem fofoca sim, assumo senão, qual seria a graça? Mas é fofoca leve, o cabelo esquisito da fulana, a roupa da ciclana, no máximo um comentário sobre um casal novo que apareceu na cidade (você não sabia?). Não tem maldade, não prejudica ninguém.
Almoço de mulher é diversão, é do bem! Se você não concorda, provavelmente é porque almoça sempre sozinha!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Panela de pressão

A pressão começou!
Todo ano, quando outubro chega, sinto essa pressão: o ano vai acabar. É uma sensação terrível.
De repente, todas aquelas coisas que você vinha adiando, adiando e adiando desde o começo do ano parecem que ganham uma urgência tremenda. Tá certo que se são coisas que não foram feitas até agora, não são prioridades nem serviços vitais, mas de repente elas ganham um poder enorme de nos transformar em uns relaxados incompetentes. Afinal,  como você ainda não trocou o zíper daquele vestido que estragou no verão!!!!! Como você ainda não transferiu seus VHS em DVD??? Pressão!
Fora isso, começa a pressão do fim de ano em si e tudo que ele representa. As festinhas de final de ano, os amigos secretos, os presentes de natal! Sinto um frio na espinha só de pensar em fazer essa lista. Haja agenda pra acomodar todas essas despedidas de fim de ano sendo que ninguém vai pra lugar nenhum de verdade. Muita pressão!
E tem aquela coisa horrível que é montar o calendário das crianças do ano que vem; Fazer aquele malabarismo pra poder encaixar o inglês, o tênis, a natação, o futebol, e todas as esquisitices que seu filho vai querer fazer. Isso sem contar nas aulas que ele pode vir a precisar....Leva um às 14:00h, pega outro as 14:30h, leva pra próxima aula às 15:00h. Pressão mega!
Agora o pior, sem dúvida, é a pressão do que fazer no Réveillon. Essa obrigação de comemoração causa estragos enormes. Você tem que programar algo pro dia 31, você tem que festejar o ano novo mesmo sabendo que é só um número que vai mudar no calendário. O mundo vai ficar igualzinho.
É um tal de achar roupa branca, calcinha e cuecas novas pra família toda, pressão! É um tal de achar uma festa, ou pior organizar uma. Uvas, lentilhas, champagne. Pressão! É um tal de tentar achar um lugar no planeta que tenha lugar e não custe todas as tuas economias. Pressão! Que não te faça passar pelo estresse dos aeroportos superlotados nem pelas estradas engarrafadas e com enormes congestionamentos. Pressão! E tem que ser uma praia maravilhosa e vazia, quase particular, pra pular as ondinhas  e ver os fogos de artifícios. Ah! tem que comprar os fogos de artifícios. Pressão!
E tem que fazer tudo isso até o fim do ano, que tá logo ali na esquina. A gente pisca é já é dezembro!
Ainda bem que tem as férias depois desse estresse todo! Alias tem que começar a organizar as férias... mais pressão!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Eu Facebooko é você?

Eu perco tempo no Facebook, perco muito tempo e adoro!
Como tudo nessa vida, se usado com bom senso, o Facebook pode ser uma coisa muito divertida. 
O mais legal, sem dúvida nenhuma, é reencontrar pessoas muito queridas que o tempo e a distancia, ao contrario da música do Milton Nascimento, tinham saído totalmente da sua vida.
É uma delicia achar essas pessoas. São aquelas por quem a gente tem um carinho enorme, fizeram parte de algum momento bom da sua vida há 15, 20 anos atrás. Pra mim, que sou uma eterna saudosista, é sensacional. Você reencontra seu passado todo.  De repente, ver aquela pessoa é muito bom, aquece o coração, de verdade!
Você nunca ligaria pra ela depois de tantos anos pra dizer oi. Mas um simples curtir constrói uma ponte automática para aquele momento onde vocês ainda estavam juntas. Dai pra frente é fácil. Talvez você nunca mais veja a pessoa, nunca volte a ser amiga dela mas só saber que ela está por ai, gravitando na tua atmosfera digital, curtindo e compartilhando fotos e histórias basta. Você conhece os seus  filhos,  sabe das doenças, curte as conquistas, se solidariza nas perdas. É muito bonito.
Fora que fazer aniversário nunca mais foi o mesmo depois da experiência facebookiana. Você abre a sua página e vem aquela imensidão de carinho. Mesmo que você sabe muitas vezes que foi o próprio facebook que lembrou essas pessoas. Não importa, cada um das pessoas que se deu ao trabalho de escrever uma mensagem é um afago!
Claro que a gente tem que ver muito carrocho perdido,  muita frase de amizade, muito gente sem noção que coloca bom dia e coisas muito desinteressantes no ar. Muito mau humor e politica também.  Ainda bem que a fase de convite a jogos tá passando. 
Mas tem muita gente interessante na rede, tem muita idéia boa compartilhada. Dei muita risada em post de amigos, conheci projetos incríveis e entrevistas bacanas. Soube de eventos que de outra forma não saberia.
Eu gosto de postar pensamentos e situações inusitadas que acontecem comigo. Gosto de ver a reação das pessoas. Às vezes coloco coisas e sei quem vai curtir só pelo tema. Gosto de comentar, participar, dividir coisas com essas pessoas. Adoro abrir a relação das pessoas que curtiram algo que eu escrevi, é sempre uma surpresa: "nossa, a fulana curtiu!" `´E surpreendente. Gosto mesmo de fazer parte, ainda que meio torta, da vida dessas pessoas. E abro a minha vida pra elas de certa forma. É uma aposta, uma troca, uma aventura. É também um conforto, uma prova que amizades podem enfim sobreviver a quase tudo.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A praia é aqui!

Curitiba mudou, o curitibano mais ainda!
Cresci numa cidade sem bermuda e sem regata. Ninguém tinha isso no armário até meados dos anos 80. Essas roupas a gente só usava em Caiobá (e no outro lado do ferry em Guaratuba) e elas ficavam no armário da praia, nunca "subiam".
Nenhum prédio tinha sacada, as janelas eram mínimas. Fachadas fechadas, a parte cega dos edifícios voltadas pra rua, o prédio de lado no terreno. Varanda só nas casas polacas, lindas com seus lambrequins.
E ninguém sabia pra que serviam essas coisas numa cidade como a nossa.
Hoje mudou tudo. Uma volta no verão (sim,  tem que ter a sorte de achá-lo) e a cidade se mostra hoje muito diferente. Descobrimos que os curitibanos tem pernas e braços e pescoços e decotes! As ruas de umas décadas pra cá foram tomadas por bermudas, mini saias, tops e credo, havaianas!
Os curitibanos aprenderam a sair de casa. Um dia de sol e a Pracinha do Gaúcho vira praia, tem ginástica nos parques, as ciclovias ficam cheias. tem maratona, corridas temáticas, passeios ciclísticos, tem piquenique na grama. é lindo de ver!
Não abre um restaurante novo nessa cidade sem uma ampla varanda que é o lugar mais disputado da casa. Mesinhas tomam conta das nossas calçadas com a maior naturalidade, como se tivessem brotado ali.
E tem muito evento, feirinha, quermesse, tudo do lado de fora, tomando as ruas, jardinetes, praças. A fila da Vinada Cultural, no Passeio Público era inacreditável, mais de 5000 pessoas se juntaram pra comer cachorro quente ao sol!
Com certeza viramos gente mais simpática, mais solar. Com certeza estamos descobrindo novas possibilidades de viver na capital mais fria do Brasil. Com certeza nossos filhos já não se sentirão seres de outro planeta nas férias no Rio de Janeiro. Com certeza tudo isso aproxima mais as pessoas, deixa tudo mais alegre, cria uma identidade coletiva, tão importante pra gente se sentir em casa! Bora pra rua, na paz, curtir a cidade!



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Saindo do ninho

Meu filho vai mudar de escola, vai pro ensino médio. Isso está sendo uma processo difícil de assimilar. E nem é por que me faz sentir o peso do tempo (isso é assunto pra outra conversa) mas porque é uma senhora mudança na vida de toda a família.
Meu filho estudou a vida toda numa escola só. Meu filho estudou a vida inteira numa escola pequiititica. Meu filho estudou a vida inteira na mesma turma e o máximo de alunos que ela teve foram 13 alunos. A maioria dos colegas dele está lá desde o maternal junto com ele. É a mesma escola onde meu pai estudou, onde eu estudei. É praticamente uma extensão da família, de casa, de verdade. Todo mundo (um mundo de 150 alunos) se conhece, todos os pais se conhecem, todo mundo é primo, rs! Muitas vezes as amizades lá já estão na terceira geração, os avós eram amigos, os pais eram amigos, e agora os netos são amigos. É um ambiente muito, muito confortável e seguro. Os amigos que a gente faz dentro desse ambiente é pra vida toda!
E de repente, o mundo! o novo colégio dele terá 60 alunos na turma. O novo colégio dele tem 1000 alunos. O novo colégio dele, na verdade, para ele, é uma grande balada! Isso me assusta!
Tirando a parte pedagógica da história, toda essa nova estrutura é realmente amedrontadora. Eu passei por isso, quando sai da escola e fui pro "científico", foi um choque. Nossa turma de 9 foi colocada um em cada turma (pois é,  tinha nove turmas de 1o. ano). No recreio a gente se juntava em dois segundos, aflitos por rostos conhecidos. É claro que novas amizades foram feitas e tudo deu certo, mas que era reconfortante ver aquelas pessoas que sabiam exatamente o que você estava sentindo, isso era.
Hoje é diferente, ele está achando o máximo, tanto amigo novo pra fazer! Na verdade, ele já conhece virtualmente um monte de gente pelo instagram e facebook. Os amigos dos amigos dos amigos. Tá em casa!
Fico um pouco aliviada com isso pois ele já chega com muitos mais caras conhecidas do que quando eu cheguei. A tensão é beeeeem menor, ele já chega mais seguro.
Por outro lado, a minha preocupação é que ele saiba diferenciar essa nova cambada que vai invadir a vida dele e saiba separar o joio do trigo. Eu não vou poder protegê-lo, eu não conheço os pais dessas pessoas, eu provavelmente nunca vou nem entrar nessa escola (a não ser que seja chamada pela diretoria, ai ai ai).
Aos 14 anos, eu não tinha tantos conhecidos, eu tinha amigos. Conhecidos eram os filhos das amigas da minha mãe que a gente tinha que encarar num aniversário de vez em nunca. Essa geração tem muitos conhecidos. Eu quero que ele tenha muitos amigos. Na verdade sei que vai dar tudo super certo, o Ben é a pessoa mais sociável que eu conheço, vai tirar de letra. Só espero que essa balada seja uma aventura feliz e saudável. Só espero que essas pessoas sejam bacanas e do bem.  E de quebra, se der tempo, que ele lembre de estudar um pouquinho!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Gentileza gera gentileza

Dois momentos que aconteceram comigo essa semana. Telefone do Ben estragou, lá fui eu na assistência técnica. Pego a senha e começa a longa  espera. De repente, do nada, o rapaz sentado atrás de mim me fala: "Moça, eu estou com duas senhas e são antes da sua, quer uma?" Esse pequeno gesto me garante pelo menos meia hora a menos de espera.E ainda fui chamada de moça!!!!!
Corta, estou no carro, pisca ligado, esperando um rapaz entrar no seu carro para que eu possa estacionar na vaga dele. Ele me olha, vem e bate no meu vidro: "Acabei de preencher esse cartão do EstaR, só fiquei 5 minutos, você quer?" Uma vaga que já vem com cartão, uau!
Isso me fez tão bem! Não por ganhar a vaga ou ficar meia hora a menos numa fila. Fiquei feliz pois esses dois completos estranhos me fizeram acreditar que o bem ainda anda por ai, ainda se espalha em pequenas gentilezas, ainda não fez as malas e se mudou definitivamente para o Canadá. Num país onde tudo anda tão negativo, essas doses homeopáticas de bondade me fizeram um bem danado.
Eu sou super partidária do bem, sempre acho que ele vai ganhar no final. Não sou daquelas pessoas que acham que as coisas conspiram para o mal. Nunca achei que vento desse dor de ouvido, que correr com algo na boca é perigoso porque pode cair e quebrar um dente. Nunca vejo o lado negativo das coisas. Mas ultimamente estava meio difícil ser assim. Principalmente porque estava difícil de ver o lado bom das pessoas. Muito crime, muito pouco valor à vida, muito descaso ao meu redor....
Daí aparecem essas dois como que pra me lembrar:"ei, não desista!" Fazem a gente querer sair por ai retribuindo, ajudando os outros também. É contagioso. Faz a gente lembrar do que é feita (ou do que eu acredito que deveria ser feita) a humanidade.
Se a gente fizesse uma coisa legal por dia, umazinha só, assim gratuita, pra qualquer pessoa, não seria o máximo? Acho que o bem tem esse poder de fazer uma energia boa circular. Você se sente bem, simples assim. Principalmente porque essas pequenas gentilezas sempre geram sorrisos. Quando a bondade te aparece, você sorri e agradece. Quando você ajuda alguém,  sorri satisfeito. Pronto, o mundo já fica instantaneamente melhor.