quarta-feira, 2 de março de 2016

Cara de uma, fucinho da outra

Minha filha é a minha cara. De verdade.
Ela realmente se parece muito comigo. Eu particularmente acho que ela é parecida comigo quando eu tinha a idade dela. Achava ela a minha cara aos nossos 5, e principalmente aos nossos 10 anos. Daquelas que a gente coloca as fotografias da mesma época lado a lado e fica difícil dizer quem é quem. Quando encontro pessoas do meu passado com ela ao meu lado é como se as pessoas estivessem tendo um flashback. Mas muita gente que não me conheceu pequena acha a Liana parecida comigo ponto, independente das nossas idades, olham para a gente e falam, ela é a tua cara. Até mesmo gente que nem nos conhece como aconteceu uma vez de uma mulher no metro de NY se dar ao trabalho de nos abordar e falar: she looks just like you!
Imagino o que isso não faz na cabeça dela. Ela já esta até cansada de ouvir. Nunca passei por isso. Nunca me achei parecida com meu pai ou com a minha mãe. Sou aquela filha que a mistura provoca um certo distanciamento dos modelos originais. Claro que tenho coisas de um e de outro, mas estão tão misturadas que fica difícil de dizer com quem me pareço mais. Tem dias que ressalto as feições maternas, outros lembro mais meu pai. As opiniões alheias confirmam isso. Nunca fui uma aposta unânime. 
A minha filha não, a Liana é a minha cara, não temos mais duvidas, rs. 
Então fico pensando no que ela pensa quando todo mundo nos compara, na verdade quando nos igualam. Ainda mais nessa época de adolescência, quando estamos começando a entender quem somos como indivíduos. Ela se questionando quem ela é e todo mundo dizendo que ela sou eu. Às vezes sinto que ela gosta, a maioria das vezes ela bufa.
É a minha cara mas a personalidade dela é um tanto diferente. Somos iguais e diferentes ao mesmo tempo. Consigo ver muitas coisas minhas lá, principalmente quando ela fica rodopiando e dançando pela casa, mas tem muito mais do Claudio na personalidade dela.
Mas é mais na questão de ser mulher que essa questão vai se aprofundar. Será que ela será um mulher como eu?  Nas qualidades físicas e hereditárias não podemos mais mexer, é na questão comportamental que me preocupo. Será que ela vai querer ser parecida comigo? O que será que ela vai querer levar de mim pra vida ela? O que será que ela gosta em mim? Como será que ela me vê? O que vou influenciar nela? 
 Acho que ela só vai conseguir entender de verdade essa conversa de ser parecida comigo quando tiver filhos e virar mãe ela mesma. Tomara que ela não bufe dessa vez.


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