segunda-feira, 20 de março de 2017

Filharada

Cade o Teco que estava aqui?
No começo eram três barrigas. Na verdade, éramos três casais de amigos que engravidaram juntos. O trio se fez desde a barriga, e seguiu junto pelos encontros, viagens e pela mesma turma da escola. Um novo casal entrou na bagunça.  Depois chegou mais uma duplinha, depois outra e por fim, um caçulinha. Pronto, estava formada uma nova família, por livre e espontânea escolha.

Ter uma turma de amigos, que saem sempre, que viaja junto, que inventa programas, que reúne as crianças é, uma das coisas mais legais do mundo. Meus pais tinham uma que eu amava e ainda amo. Eu, por sorte, tenho também. 

Curtimos tudo como uma matilha, um clã. É tudo muito dividido, compartilhado. Almoços sem hora pra acabar, combinações de fim de semana, grupo de whatsapp, tudo que temos direito. Trezentas mil fotos, muitas caretas e sorrisos.  E vamos acompanhando todas as fases de cada uma dessas crianças e de cada uma dessas famílias. 

A antiga reserva no restaurante cresceu de 8 para 16. A mesa ficou barulhenta e animada. Hoje, muitas vezes montamos duas mesas, já que as crianças criaram a sua turma independente da nossa. Todo mundo interagindo na conversa da outra mesa.  

E isso é mágico. Essa transferência de amizade. Essa transferência de afeto. Somos pessoas que se gostam e esse querer extravasou. Somos todos meio pais de todos e são todos nossos filhos. O amor que circula ultrapassa os núcleos oficiais e se espalha por todo lado.

Isso é muito claro pra nós, adultos. Quem tem filho pequeno se emociona com o vestibular dos maiores, quem tem filho grande se encanta com as conquistas dos pequenos. Dividimos esses momentos todos, reforçamos esses elos, buscamos sempre estar juntos nos momentos especiais. Comemorando na mesa gigante da vida. 

Sempre me senti amada pelos amigos dos meus pais. E espero que essas oito pessoinhas sintam o mesmo. Sei que entre eles a irmandade é mais que real, se adoram, se protegem e se curtem de verdade. Sei também que nos adoram como turma. Morrem de rir e de vergonha das nossas brincadeiras e das nossas histórias. Tomara que também saibam que cada pai e mãe postiço da turma está ali incondicionalmente para eles. Estaremos sempre à disposição, torcendo muito, nos orgulhando das pessoas que eles estão se tornando. 

Esse ano, em especial, trouxe um momento incomum para cada um deles. Temos duas filhas morando fora, um filho entrando na faculdade, uma filha e um filho que mudaram de escola, outra que está se despedindo da sua e um filho fazendo Bar Mitzva. Ufa! Muitos desafios e descobertas, muita, muita emoção.

Cada um deles é a extensão do meu carinho. Meu colo estará sempre pronto, os braços e portas sempre abertos. Lu, Lila, Ben, Liana, Luca, Paula, Titi e Teco, entrem e se esparramem no sofá, estejam sempre em casa. Que alegria ter vocês nas nossas vidas!


20/03/17


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