segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O último verão.

Esse verão está com cara de ser o último de uma era: a era das viagens em família. 
Tenho um filho que esta prestes a fazer 16 anos. Ele é o último da turma a fazer aniversário, mas já está imerso nesse universo adolescente desde o ano passado.  Foram dois anos de muitas mudanças, muita rebeldia, muitas transformações, alguma gritaria. Enfim um tempo de muita aborrecência.
Marcamos uma viagem de fim de ano da nossa turma de amigos que também tem  filhos dessa idade. Acho que vai ser o último onde ficar com os pais será a primeira opção dessa galera. E isso porque vamos em turma e eles adoram.  Somos 16 adultos e 16 crianças; os nosso de 16 e outros que se vão se espalhando até os oito anos. É uma farra, para nós e para eles, tanto nos momentos que estamos todos juntos quanto quando esses dois grupos se divertem entre si, só nós e só eles. Viajamos sempre juntos, há anos, desde que os mais velhos ainda estavam na barriga. Turma da boa, de verdade.
Mas alguma coisa está mudando, os grandinhos estão criando asas, desenvolvendo outros quereres. Cada vez mais pedem voos solos, onde nossa participação acaba no momento do check in e do adeus do lado de fora da sala de embarque. A companhia dos amigos toma cada vez mais espaço. A estrada vai bifurcando. Eventualmente surgem namorados que invadem nossa tribo. Os programas ficam cada vez mais proibidos para maiores. 
Tenho vivo na memoria meus tempos de 16 anos, a delícia dessa época. Fico emocionada de ver a turma passando por isso. Tantas descobertas, tanta alegria, uma pitada de drama, algumas desilusões, muitas aventuras. Desejo tudo isso pros pequenos. Sei que não nos resta outro papel nesse filme do que o de espectadores. É a vida.

Então só espero que esse seja o verão dos verões, onde eu ainda tenha mesa cheia pro jantar, roupas espalhadas pela casa, gente acordando na marra às 2 da tarde, videogame até altas horas, bagunça na piscina, brigadeiro a toda hora, gente esparramada no sofá num dia lindo de sol, pranchas de surf, comilança desregrada, muita rebeldia. Só espero que esse verão seja pra guardar na memória. Que essa despedida seja doce e divertida, com alguma gritaria, claro.

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