quarta-feira, 18 de junho de 2014

Perca-se

Pequenas cidades são o máximo. Adoro a vida e as pequenas delicadezas que só as cidades pequenas têm. Elas são cheias de tradições e peculiaridades que só quem morou numa sabe descrever. Aquela festa que todo semana reúne quase a população toda em volta do coreto da praça. O açougue que não muda a produção, mesmo que às 10 da manhã uma fila enorme de moradores fique sem a linguiça sensacional que simplesmente acaba. As comidas típicas, os lugares folclóricos, as cachoeiras escondidas, os hoteizinhos charmosos, as trilhas de aventura, os personagens, a atmosfera.
Ao contrário do que possa parecer, as oportunidades nesses lugares são imensas. Pelo menos poderiam ser. Fora do Brasil, a gente paga horrores para passear por lugarejos tão pequenos que às vezes nem estão no mapa. Quem não sonha com a Provence? Quem não quer ir pra Toscana? Quem não se encanta com os Pueblos Blancos espanhóis? 
E aqui poderia ser igual. Não nos faltam belezas naturais, não nos faltam regiões polo produtivas. Não nos falta talento nem qualidade. Falta incentivo, apoio, divulgação. Falta um pouco de charme, confesso, mas tudo poderia ser tão bacana quanto nesses invejados roteiros estrangeiros. 
Graças a nossa multiplicidade étnica, tempos de tudo, é só potencializar o que já está sendo feito de forma amadora e independente em diversas regiões do país. Os produtores artesanais teriam que incrementar seus produtos e embalagens, investir em pontos de vendas mais charmosos. As prefeituras incentivar esses pequenos negócios, criar roteiros de charme, investir na divulgação, agrupar produtores, reconhecer as vocações das suas cidades. O governo deveria ver nessas oportunidades como um projeto bem feito poderia salvar a economia de lugarejos sem outra fonte de renda.

Na sua próxima viagem, saia da estrada principal, pegue aquela estrada de terra, conheça o mundo que se esconde às vezes a menos de 50 quilômetros da sua casa. Perca tempo, encontre belezas e se esbalde nas delicias que vai encontrar.  O bolso pode até ficar vazio, mas o porta malas voltará cheio e a vida ficará muito mais feliz. 

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