quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

The day the music died (a big part at least)

Morreu um ídolo. Silenciosamente, surpreendentemente, dolorosamente. Morreu um ícone. A morte de David Bowie foi um soco.

O próprio Bowie, de certa forma, tentou preparar nossos corações. Dois dias antes, em meio à celebração do aniversario, lançava Lazarus como um prelúdio do que estava por vir. A música é forte, linda e deixa a certeza que o artista ainda estava lá, pulsante em meio ao tratamento que manteve em segredo de todos.

Perdemos Bowie e em menos de um minuto o mundo, literalmente, só falava nisso. A notícia se espalhou pelos meios de comunicação e principalmente pelas redes sociais como o foguete do nosso Starman. No facebook, foi difícil achar um post que não citasse isso.

Como de costume, fomos bombardeados por obituários de diversos veículos. Canais de tv mostravam seus clipes. Jornais, blogs e sites tentavam resumir a personalidade de uma pessoa múltipla, diversa, plural.   É praxe em momentos como esse. 

Porem, de repente, o que era para ser uma coisa muito muito triste começou a se transformar numa coisa muito, muito bonita. Foi como se todo mundo quisesse transformar a sua dor em uma homenagem mais forte, mais tocante, mais lírica, a altura desse cara genial que conseguiu mexer com a vida de tanta gente.

A cena das pessoas que passaram a noite cantando suas musicas em Brixton, sua cidade natal, foi mais que emocionante. Quisera eu fazer parte desse coro. A timeline do facebook ficou sonora, com links de praticamente todos os seus sucessos. Fotos, gifs, caricaturas, cartazes, ingressos, capas de disco ilustraram posts o dia todo no instagram. Textos emocionados mostraram o grau de devoção de seus incontáveis fãs. Tweets de famosos ou não, usaram cada um dos 140 caracteres disponíveis para lembra-lo.

As homenagens mais diversas e espontâneas foram surgindo em todo canto. No Brooklyn, EUA, uma semana toda de homenagens foi programada, e longe de missas e vigílias, os eventos são todos, de certa forma, animados. Sob o titulo 10 maneiras de celebrar David Bowie (http://brokelyn.com/put-red-shoes-celebrate-life-david-bowie-brooklyn/) noites dançantes, maratonas dos filmes, baladas temáticas, enfim, uma série de eventos irá homenagear o que de mais importante ele nos deixou, sua arte. 

Bowie foi um ídolo para varias gerações, se reinventando sempre, nos mostrando a importância de seguir, mudar, ousar, arriscar, ser diferente, ser estranho. Bowie teve as mais variadas faces, e todas estavam ali á mostra. David Bowie era brilho, neon, listas, purpurina, fantasias, roupas e maquiagens. Era  Ziggy Stardust e Major Tom. Era ator, andrógino, complexo. David Jones era elegante, discreto, chiquérrimo.

Essa imersão no carinho, respeito, fascinação, devoção pelo artista foi comovente. Espero que sua família tenha visto tanto amor, que tenha se sentido abraçada e confortada por ele.  Foi lindo e nada boring como ele já tinha nos avisado.
12/01/2016

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