quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Eu voltei!

Não gosto muito de ficar chorando as pitangas e ululando sobre o óbvio mas a volta pra casa de uma viagem internacional é realmente um choque amargo.
Você está naquele estado emocional de beatitude, alimentado pelos passeios e coisas bacanas que viu sentiu e comeu lá fora, é quase um estado de graça. Aquela coisa boa de viver de forma diferente, de leveza da alma....até chegar no aeroporto.
Fácil achar onde ir, é só ver a maior fila de todas. Brasileiros são um acontecimento em qualquer aeroporto que você esteja. É aquela turma barulhenta, bagunçada, colorida, que viaja com sogra, tia, primo sobrinho, de chinelo, entulhada de malas, seja em dólar ou euros. Sei que você está pensando: "eu não sou assim", que eu estou generalizando e estereotipando. Pois sim, eu estou! É isso que você vê em 80% das filas de Check-in quando a palavra Sao Paulo (sem acento mesmo) e Rio de Janeiro esta na telinha da companhia aérea. Você até tenta fingir que não tem nada a ver com isso, fala inglês na tua vez, dá uma esnobada, mas não tem jeito, alguem já puxa papo com você na fila, quer saber o que você fez, ver tuas fotos, rs!
Mas o problema não é esse, o problema não são os brasileiros, esse é o lado divertido de voltar pra casa. O problema é como a gente é tratado no minuto que o avião coloca suas rodinhas em solo brasileiro. 
Nessa minha última volta foi assim:
Depois do pouso, ficamos cerca de 45 minutos parados na pista do aeroporto, esperando por uma colocação no finger (aqueles corredores que parecem umas minhocas por onde a gente entra e sai do avião). Os atendentes do voo pedindo desculpas pelo inconveniente de 15 em 15 minutos. E a gente ali, sem poder levantar, literalmente parados no meio das pistas de guarulhos. 
Quando finalmente descemos, encaramos a fila da Policia Federal que dobrava várias vezes aquele labirinto de cordinhas que eles montam e a gente fica indo e voltando, indo e voltando. Pelas minhas contas, mais de 30 minutos nessa lenga lenga pra quem tem passaporte brasileiro, como os gringos tinham mais guichês disponíveis, devem ter levado "só" 20.
Capitulo seguinte: as malas. Quando cheguei na esteira pra pegar a minha malinha (uma só, rs!) estava uma zorra total. Metade das malas jogadas no chão, a esteira parada, cheia de malas, gente berrando, tudo espalhado, todo mundo tentando andar por cima das malas pra achar a sua, uma cena de filme americano tipo tragédia. Mas a minha tava lá, ufa!
E como eu sou do interior, ainda tinha que enfrentar tudo de novo, pra pegar meu voo pra casa.  Check-in da Gol 2 minutos no totem, oba! Despachar a mala no drop off, termo novo que eles estão usando, 30 minutos de fila....
Bora rapidinho pro embarque que por mais que eu tenha deixado um intervalo de 2 horas e meia pra todo esse processo, o tempo tava ficando curto. Mais uma filinha de uns 20 minutos vergonhosos pro raio x e pronto, cheguei na rodoviária a tempo do meu embarque porque ele atrasou, obviamente. Digo rodoviária porque o portão 17, lá em embaixo, onde você pega seu ônibus pra ir pro avião, é bem isso. Apertada, cheia e bagunçada, com 4 vôos saindo ao mesmo tempo e gente perdida pra lá e pra cá. A tela marca um embarque pra Manaus e as funcionárias gritam outro, tipo Foz do Iguaçu.
Pra fechar com chave de ouro a minha epopeia, ficamos outros 50 minutos fechados dentro do avião, em terra, no meio da pista, esperando posição para decolar. De novo sem poder nem levantar pra ir no banheiro, pois o avião poderia se mover a qualquer momento. A única diferença entre essas paradas é que ninguém dá uma satisfação, ninguém fala com a gente nesse tempo todo. E assim foi!
Não estou preocupada com a Copa, estou preocupada comigo, com você, com todo brasileiro que paga seus impostos e uma sustanciosa taxa de embarque, pra ser tratado como lixo. Esse desrespeito é uma vergonha. 
Chegar nos nossos aeroportos é um banho de água fria que gela a alma, irrita, e envergonha. Chegar nos aeroportos brasileiros nos faz lembrar de quanta coisa a gente precisa mudar.





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