segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dia das mães

Não esse não é um daqueles textos emocionantes, que exaltam a maternidade, que santificam as mães. que glorificam as suas qualidades. Não mesmo!
Ontem foi o dia das mães e pra quem perdeu a sua, esse dia é extremamente delicado e muito difícil. Queremos estar radiantes, felizes com os nossos rebentos -quando os temos, mas alguma coisa lá no fundinho faz tudo perder um pouco a graça. Minha mãe não está aqui, é tudo que eu consigo pensar, e lamentar, e sofrer.
Penso na minha mãe e penso em mim como mãe, e sofro com as centenas de culpas que, como todas as mães, carrego. Vejo aquele bombardeio de comerciais que estereotipizam as mães como criaturas celestiais, carinhosas, cozinheiras, zelosas, prendadas, que curam machucados, fazem o prato preferido, tiram mancha das roupas, fazem lição de casa e são quase as antigas Amélias do lar.
Não sou uma mãe assim, Não sou mãe de comercial, nunca fui e nunca serei. Sou uma mãe descabelada, que atualmente grita mais que cozinha. Tenho dois adolescentes em casa e a vida nessa fase passa longe desse idílio maternal. São tempos onde o mundo virtual quer tomar o nosso lugar, que o diálogo sofre bastante, que as disputas por espaço requerem muita paciência, que até o contato físico fica mais raro. Não tem nenhum comercial de dia das mães com filhos grandes, tem é muito trabalho, atenção, persistência. Tem que falar de bebidas, de sexo, de drogas, de se dar valor aos valores certos, tem que dizer muito não e isso não emociona ninguém.
Meu dia das mães não é cor de rosa, cheio de presentes e cartões. Meu dia das mães é um momento de refletir entre a mãe que sou e a que quero ser. Meu dia das mães é um dia doloroso com a perda da minha mãe e as minhas próprias perdas como mãe.
Não sou uma mãe de comercial, sou uma mãe real, de carne e osso. Não sou super, não sou onipresente, sou humana e erro. Não sou perfeita e forte, sou o que sou. Mas tento ser a melhor mãe que consigo ser. Tive uma mãe fantástica, que espero muito refletir. Espero ensinar meus filhos que eles podem ser assim também, humanos, incompletos, imperfeitos, mas muito amados.

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