terça-feira, 5 de maio de 2015

Diga 33!

Acabei de fazer todos os meus exames. Sou uma pessoa disciplinada, vou ao médico uma vez por ano religiosamente e faço todos os exames que ele pede. Tenho histórico familiar, não posso vacilar. É sempre um momento delicado, vem sempre acompanhado por uma ansiedade terrível.
Mas la fui eu passar quase uma manhã na clinica de exames ultra sonográficos. Cada ano o exame demora mais, cada ano a gente adiciona uma nova parte do corpo. Saí com praticamente todo o corpo lambuzado de gel.  Exame de sangue então, nunca menos de 10. Graças a Deus inventaram aquele sistema à vácuo, onde encho pelo menos 7 tubinhos em cada visita ao laboratório. Não me importo, faço tudo direitinho, em jejum, sem reclamar. Todo ano, em março ou abril o mais tardar, to lá.
Meu marido, que também se cuida, tem outra rotina de exames, faz lá um teste de esforço, uns exames de sangue, pronto. Homem é tranquilo, se passar um ano sem ir no médico,  não se estressa. Mulher não. 
Essa rotina de exames para as mulheres é bem mais cobrada. Primeiro, mesmo saudáveis, a gente tem um médico a mais, além do clínico geral, toda mulher tem o seu ginecologista. Nosso cacife inicial é esse, dois médicos, sempre. Essa ida anual ao ginecologista é (pelo menos deveria ser) sagrada, mais que o clinico geral. Que homem saudável, jovem, vai ao urologista todo ano? 
Nesse departamento, a mulher está sempre mais atenta. Quando chega a época de ir no meu medico fico logo ansiosa, não gosto de postergar, Quero ir logo e pronto, fazer os exames e pronto, saber que tá tudo bem e pronto! Fico muito tensa se fujo desse cronograma.
Esses exames todos de imagem são delicados. Você tá ali na sala, tá vendo junto com o médico, embora todo aquele borrão na tela não te diga muita coisa. Mas a gente sempre sabe e sente quando o medico não gosta do que vê. Ele não está num laboratório protegido. E alguma coisa na voz, na maneira como ele fica repassando o instrumento no mesmo lugar por algum tempo que parece infinito. As vezes um silêncio constrangedor. As vezes a repetição de um exame que você já fez. E a gente ali, vendo tudo, sentindo tudo, não é fácil. A cabeça vai lá na frente, pensa em todas as possibilidades e consequências. A lágrima fica ali prontinha. A maioria das vezes tudo acaba bem. Algumas vezes precisamos de outros exames complementares (ai meu deus!). As vezes não dá pra esconder uma má notícia. 
Resultados na mão, perguntas na cabeça, agora tenho a reconsulta. E nada de deixar os exames lá. Tenho que ir pessoalmente pra me certificar que está tudo bem. Por isso é tão importante passar por esse turbilhão todo ano. Pra que seja sempre uma ansiedade, nada mais!




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