segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A perda dos ídolos


Minha geração está quase órfã. Thank god pela vitalidade dos Rolling Stones!!!!!
Com a morte do Lou Reed, ontem, ficamos ainda mais perdidos nesse mundo! Aos poucos estamos perdendo todas as nossas referências culturais!
O problema é que essas referências não se renovam, são pessoas que nos tocaram no nosso processo de formação intelectual, que aconteceu lá na adolescência.  São aquelas músicas, livros e filmes que nos fizeram sentir algo pela primeira vez, isso é insubstituível, intransferível e irrevogável. Não tem outro Blade Runner, não tem outro Betty Blue, não tem outro Ser Jovem (confesso, adoro!), não tem outro Apanhador no Campo de Centeio, não tem outra Miss You, não tem outra Como nossos pais!
É claro que ao longo da vida, milhares de pessoas continuam a me impressionar e emocionar. Adorei de paixão milhões de  filmes, livros e músicas nos últimos anos. Amei o livro Sefarad, do Antônio Munoz Molina; o filme Intouchables, do Olivier Nakache e do Eric Toledano; e me derreto ouvindo Love Song, do 311; e Maybe Tomorrow do Stereophonics. Mas é diferente, a gente gosta muito, mas não tem essa relação de idolatria. Parece que o espaço para isso já está completo, se fechou desde os meus 25 anos.
Mas os ídolos que a gente faz lá com quinze anos são sagrados. Fazem a gente ver o mundo com outro olhar, ensinam a gente a ver além. Revelam novos pensamentos, novos ritmos, novas emoções que a gente não conhecia dentro da gente. Abrem as cortinas pra gente descobrir o novo mundo que está na nossa frente. Moldam nossos gostos. São insubstituíveis nos nossos corações. Cravam raízes bem profundas.
São perdas que doem como se fosse alguém da família. Lembro do dia que a Elis morreu, foi a primeira pessoa que eu gostava que morreu (sim, eu adorava Elis com 12 anos), foi bem doído.E obviamente, meus ídolos, assim como eu, estão envelhecendo. Eles estão indo e deixando um vazio enorme na vida da gente.
Por isso vou estar na primeira fila do show do A cor do Som na próxima semana. Por isso fui ver 5 shows dos Rolling Stones, e fico sonhando com o próximo. Por isso leio e releio Cem Anos de Solidão. Por isso meu Ipod é 90% formado de musicas dos anos 80. Por isso choro e choro por Lou Reed e seus Pale Blue Eyes...

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