quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Saindo do ninho

Meu filho vai mudar de escola, vai pro ensino médio. Isso está sendo uma processo difícil de assimilar. E nem é por que me faz sentir o peso do tempo (isso é assunto pra outra conversa) mas porque é uma senhora mudança na vida de toda a família.
Meu filho estudou a vida toda numa escola só. Meu filho estudou a vida inteira numa escola pequiititica. Meu filho estudou a vida inteira na mesma turma e o máximo de alunos que ela teve foram 13 alunos. A maioria dos colegas dele está lá desde o maternal junto com ele. É a mesma escola onde meu pai estudou, onde eu estudei. É praticamente uma extensão da família, de casa, de verdade. Todo mundo (um mundo de 150 alunos) se conhece, todos os pais se conhecem, todo mundo é primo, rs! Muitas vezes as amizades lá já estão na terceira geração, os avós eram amigos, os pais eram amigos, e agora os netos são amigos. É um ambiente muito, muito confortável e seguro. Os amigos que a gente faz dentro desse ambiente é pra vida toda!
E de repente, o mundo! o novo colégio dele terá 60 alunos na turma. O novo colégio dele tem 1000 alunos. O novo colégio dele, na verdade, para ele, é uma grande balada! Isso me assusta!
Tirando a parte pedagógica da história, toda essa nova estrutura é realmente amedrontadora. Eu passei por isso, quando sai da escola e fui pro "científico", foi um choque. Nossa turma de 9 foi colocada um em cada turma (pois é,  tinha nove turmas de 1o. ano). No recreio a gente se juntava em dois segundos, aflitos por rostos conhecidos. É claro que novas amizades foram feitas e tudo deu certo, mas que era reconfortante ver aquelas pessoas que sabiam exatamente o que você estava sentindo, isso era.
Hoje é diferente, ele está achando o máximo, tanto amigo novo pra fazer! Na verdade, ele já conhece virtualmente um monte de gente pelo instagram e facebook. Os amigos dos amigos dos amigos. Tá em casa!
Fico um pouco aliviada com isso pois ele já chega com muitos mais caras conhecidas do que quando eu cheguei. A tensão é beeeeem menor, ele já chega mais seguro.
Por outro lado, a minha preocupação é que ele saiba diferenciar essa nova cambada que vai invadir a vida dele e saiba separar o joio do trigo. Eu não vou poder protegê-lo, eu não conheço os pais dessas pessoas, eu provavelmente nunca vou nem entrar nessa escola (a não ser que seja chamada pela diretoria, ai ai ai).
Aos 14 anos, eu não tinha tantos conhecidos, eu tinha amigos. Conhecidos eram os filhos das amigas da minha mãe que a gente tinha que encarar num aniversário de vez em nunca. Essa geração tem muitos conhecidos. Eu quero que ele tenha muitos amigos. Na verdade sei que vai dar tudo super certo, o Ben é a pessoa mais sociável que eu conheço, vai tirar de letra. Só espero que essa balada seja uma aventura feliz e saudável. Só espero que essas pessoas sejam bacanas e do bem.  E de quebra, se der tempo, que ele lembre de estudar um pouquinho!

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