quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Onde você estava em 11 de setembro?

Hoje é 11 de setembro. 
Há 12 anos atrás, exatamente nesse horário estava petrificada em frente à tv assistindo à cena mais surreal que já vi na vida. Lembro da sensação de não conseguir acreditar no que via. De saber que não era mas querer acreditar que era tudo um filme muito bizarro. Lembro de não saber o que sentir, um vácuo enorme, um novo tipo de emoção me assombrou, não era medo, não era tristeza e até hoje não sei que nome dar ao sentimento amargo que me tomou vendo aquela fumaça saindo do World Trade Center, em NY.
Independente de tudo que representava para o mundo, aquele lugar era especial pra mim, particularmente. Era o lugar que eu sempre, sempre ia quando estava em NY. Adorava subir naqueles elevadores supersônicos que subiam em dezenas como se fossem unidades. Adorava o desenho dos pontos turísticos nas janelas, adorava sair no terraço e ver o mundo tão de cima. Aquela cidade tão frenética que ficava calma pelo tempo que se estava lá. Pequenos pontinhos se movendo pra todo lado. Até o vai e vem barulhento dos turistas (ao qual eu não me incluía, é óbvio) me alegrava. A fila, os funcionários, as bugigangas pra comprar. Sempre ia ao WTC, sempre. Adorava escrever ali. Ainda tenho os cadernos. Lá eu conseguia a calma para botar os pensamentos no lugar e escrever. 
Ví o segundo avião, que dor! Parecia uma flechada em mim. E de repente, a poeira e o silêncio. Inacreditável. 
Telefonemas para saber da minha irmã que mora lá. Ela estava a salvo junto com todos os amigos que conhecíamos. Um alivio imenso. 
Fiquei dias grudada na tv, ficava vendo aquelas cenas dos escombros e pensava, pra onde estão levando o meu prédio? Pra onde estão levando a vida que ele representava? 
O mundo nunca mais foi o mesmo. Ainda tenho a sensação que não saímos dos escombros daquele dia, ainda não conseguimos ser livres e felizes como eramos até então. Um pouco da nossa leveza se foi. Nasceu naquele dia a desconfiança sem limites, a porta fechada ao estranho, a descordialidade, a irracionalidade, o ódio sem medida. 
Aquele espaço parece me chamar. Voltei a NY e fui ver a enorme cicatriz deixada por aquele dia. Aquele buraco gigantesco me hipnotizou, o grande vazio que ele representava. Voltei ainda mais uma vez para ver o que estava nascendo. Ví o início da chamada reconstrução. Tantas energias depositadas num só lugar, tantos sentimentos. 
Espero voltar lá para ver que a vida voltou a florescer e que as pessoas podem finalmente respirar novamente, sem olhar desconfiadas por cima de seus ombros. Espero ver que o homem vai conseguir vencer o pior dos sentimentos e transformar a cicatriz em algo de bom. Vou marcar a viagem para logo, ainda dá tempo?

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